Caras Amigas,
Caros Amigos,
A Folha de S. Paulo sabatinou o senador José Sarney. Quando indagado a respeito de revisão na lei que isenta torturadores de presos políticos durante o regime militar, disse: "Não tinha conhecimento nenhum [das torturas], pois estava no Maranhão, era governador do Maranhão [...]. O que posso dizer é que quando cheguei no Congresso é que formamos um grupo para lutar para que o processo se abrisse", contou o ex-presidente."
Mais adiante, afirmou: "Não há razão para que devemos renascer com o assunto. Evidente que isso não cura quem foi torturado. Mas o processo político da anistia fez parte da transição", disse Sarney, rechaçando a revisão da lei."
--- É estranho que um governador fosse tão desinformado a respeito de algo que todo o País sabia. Não seria o fato de morar no Maranhão - que, ao que consta fica no Brasil - que o impediria de tomar conhecimento do assunto. Até porque governos estaduais também contam com serviços de informação e, principalmente, Sarney fazia parte do grupo que estava no poder.
Sem dúvida, ele se recusa a ver abertos os porões da ditadura para evitar que o eco dos fantasmas dos mortos cheguem a clamar aos seus ouvidos.
O Brasil não pode ficar refém de um grande medo: o medo de que os militares fiquem insatisfeitos com investigações a respeito daquele período, como se fôssemos uma republiqueta que a qualquer momento pode ser presa, novamente, de uma ditadura.
A tortura a presos de consciência assume características extremamente dolorosas, porque aqueles que estão sob o peso da mão do Estado lutam por uma causa, se expõem, lutam pela superação de estágios históricos de atraso e exploração. De alguma forma, sofrem uma espécie de martírio. E isso não pode ficar impune.
É preciso ter coragem para abrir o cofre dos horrores. E o presidente Lula tem, perante a história, essa missão: o resgate da memória dos que foram agredidos e a punição dos criminosos que atacaram a Liberdade.
Emanoel Barreto
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