Caros Amigos,
O Estadão Online publicou a seguinte notícia: "O ministro do STF Carlos Ayres Britto, relator da ação sobre a demarcação da Raposa Serra do Sol, defendeu o modelo de demarcação contínuo da terra indígena, do jeito que a reserva foi homologada pelo governo federal. A defesa contraria os arrozeiros de Roraima, que defendem a demarcação em "ilhas". "Modelo geográfico tem o sentido de continuidade", afirmou.
"Ainda na argumentação, Britto disse que o modelo contínuo possibilita que "se viabilize um poder administrativo de perfil coletivo e uma auto-suficiência econômica com idéia de abertura de horizontes, contra o modelo ilhas de identificação", que ele chama de "asfixia espacial" e "confinamento sem grades". São terras, segundo ele, que não são propriedade privada. "É bem público. É da União para servir aos índios".
--- As coisas de jornal tocam em um problema gravíssimo: os 500 anos de subjugação , que o Aurélio define como "submeter pela força das armas", "dominar moralmente". O genocídio dos indígenas pelos portugueses e depois pelos que viriam a sermos nós, os brasileiros, transforou as nações de indígenas em indi-gentes.
Trata-se de massacre de corpos e de culturas riquíssimas em sua essência antropológica e grandiosidade humana. Essa questão dos arrozeiros contra os índios é apenas mais um passo do nosso domínio, nossa hegemonia sobre etnias que, em seu confronto conosco, levaram nítida desvantagem, do ponto de vista bélico. Um arco, uma lança, jamais poderiam enfrentar os arcabuzes de Porgual, como não podem, com mais razão, enfrentar os rifles e outras armas dos bandos que servem aos arrozeiros.
O governo federal tem a obrigação, moral e jurídica, de repor de alguma forma aquilo que foi violado. Os índios e a natureza formam um todo. E isso tem que ser respeitado.
Emanoel Barreto
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