segunda-feira, 6 de agosto de 2007

O risco-país e o país riscado

Caros Amigos,
As coisas de jornal da Folha Online trazem ao leitor o que seja o risco-país. É o seguinte: "O risco-país é visto como um "termômetro" informal da confiança dos investidores globais em país de economia emergente. Se o indicador sobe muito, por exemplo, é um sinal de que os investidores globais desconfiam cada vez mais que um país não vai saldar os pagamentos regulares de sua dívida externa. Essa percepção pode ser afetada por algum evento global --a piora da economia mundial-- ou algum evento local --o país acumula dívidas cada vez maiores, mas não poupa em ritmo suficiente para pagá-las. Em 1995, a desvalorização do peso mexicano detonou uma onda generalizada de descrença sobre as economias emergentes. O Brasil sofreu as conseqüências: o risco-país bateu em 1.689 pontos em março daquele mesmo ano."

Não fala, entretanto, das origens, das causa sócio-históricas de um país e de o quanto aquele país já foi explorado pelos mesmos tipos que criaram o tal risco-país.

Para mim, risco-país é menino morrendo de fome e de doença e os paises não terem dinheiro para atendimento médico e remédios; é mulher se prostituindo; é o cidadão desesperado porque perdeu o emprego e não teve qualificação escolar para buscar uma melhor colocação; é traficante literalmente dominando uma cidade como o Rio de Janeiro; é político desonesto escapando impune, apesar de infame; é avião caindo por falta de manutenção e pista de má qualidade; é prato vazio na hora do almoço, café e jantar; é tristeza entrando por baixo da porta da casa do povo e dizendo: cheguei para ficar. Risco-país é o país em risco. É o país riscado do mapa da dignidade.

Emanoel Barreto

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