quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Os ratos, a explosão e o indivíduo que berra

Caros Amigos,
A agenda das coisas de jornal tem dois assuntos em pauta: o caso Renan Calheiros e a tragédia da TAM. São os que mais estão ocupando espaços nobres nos noticiários. A questão da TAM entra agora no terreno jurídico: viscoso, escorregadio, entremeado de luz e sombra, desvãos e chicanas de advogados. Até uma autoridade da Aeronáutica, em depoimento a parlamentares, permaneceu praticamente muda, alegando "assunto sigiloso".

Acho que sigilo, sigilo mesmo, está ocorrendo com os familiares das vítimas, que sofrem em silêncio a perda de pessoas queridas e vão entrar no empura-empurra dos envolvidos, cada um querendo se safar, possivelmente passar a culpa aos pilotos. É como em história de literatura policial: sempre o mordono é o culpado e todo mordomo chama-se Jarbas. Os pilotos, ao que temo, talvez venham a ser apontados como os jarbas do holocausto da TAM.

Quando ao indivíduo Renan Calheiros, reforçam-se os indícios de que terá seu patrimônio político levado à hasta pública do plenário, cassado e guilhotinado politicamente. O butim deverá ficar com o PMDB. É o que dizem as coisas de jornal, alertando que até o Planalto já teme que a demora com que se arrasta a luta do citado elemento, que se insiste em ser bom, digno, reto e bom cristão, venha a respingar no Governo.

E quando políticos começam a temer por seu futuro, esteja certo, esteja certa: deixa o navio e toma o primeiro salva-vidas que esteja passando por perto. Pena que o povo não possa tomar um salva-vidas e deixar, no navio que afunda, todos os ratos que habitam desde o seu porão até a ponte de comando.
Emanoel Barreto

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