O Internacional ganhou do Barcelona e agora é campeão mundial de clubes. Os deputados também são campeões de salário. Segundo li, ganham até mesmo melhor que seus, digamos, congêneres europeus.
Mas, pronto, o Inter ganhou. Milhares de brasileiros, talvez milhões, expurgaram com o gol dos gaúchos suas angústias e medos, sua submissão ao salário mínimo, às humilhantes filas de aposentados, às lamentáveis filas do SUS, à falta de remédios, aos bandidos que transformaram São Paulo e Rio em cidadelas do medo.
É para isso que serve o futebol: para cumprir um processo de catarse coletiva, fazer do povo massa de manobra eufórica, que se esbalda a cada grito de gol. Reconheço que o esporte - amador, esporte amador - tem sua validade, abre espaços a jovens para que deixem as drogas e o crime. Mas isso é em pequeníssima proporção.
No centro da questão estão mesmo os milhões em dinheiro e a empáfia de jogadores que se consideram o centro do universo. Isto é, aqueles que conseguem chegar ao estrelato. A maioria fica mesmo no meio do caminho ou amarga uma cruel e acabrunhante decadência, como o velho Túlio Maravilha. Lembra dele?
No mais, de qualquer maneira, é comemorar. Faz parte de um bom domingo de sol. Mas, no fundo, é triste comemorar um gol e sair amanhã com a cabeça cheia de problemas, mas pensando: meu time ganhou, eu sou campeão.
É não, é campeão não; é bobalhão.
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