sexta-feira, 15 de dezembro de 2006

Foi-se o grande homem dos concertos sanfônicos

Com a morte de Sivuca desaparece mais um grande sanfoneiro. Há muitos anos foi-se Luiz Gonzaga, mais recentemente Mário Zan, e agora o grande Severino Dias de Oliveira, aos 76 anos.

Músico de capacidade e talento, fez carreira internacional. Foi diretor musical de Miriam Makeeba. Lembra-se de Pata-pata, sucessão nos anos 60? Era ele quem dirigia a encapetada cantora. Foi ele quem criou uma orquestra sanfônica, grande espetáculo de força e paixão musical.

A morte de grandes artistas, nos dias atuais, em que o lado comercial tem grande prevalência na música, sinaliza para uma preocupação: até que ponto os interesses da grande mídia musical tem condições de impedir o surgimento de talentos de valor, favorecendo grupos e cantores descartáveis?

Trata-se, na verdade, de um processo perverso, que fideliza, ou melhor, vicia, um certo tipo de público, definido com bastante precisão por pesquisas e estudos de recepção de mensagens de massa, cujo perfil torna-se assim bem delineado e apto a comprar coisas como a "Egüinha Pocotó", somente para citar um exemplo.

Por trás de tudo, interesses comerciais que não têm qualquer compromisso com a cultura, o respeito às artes, o respeito até mesmo à pessoa humana, já que o consumidor é visto e tratado apenas como alguém apto a comprar, a curvar-se a modismos e vulgaridades.

Sivuca, a quem conheci em Natal após um show, marcou um período de criatividade e consolidação da música nordestina. Que faça uma grande festa com seu Luiz e Mário Zan.

Um comentário:

Anônimo disse...

É verdade Barreto, foi-se mais um grande músico brasileiro, um Nordestino vencedor. Ficamos tristes, mas fica também o orgulho de termos tido um representante do quilate de Sivuca.