sexta-feira, 29 de dezembro de 2006

A cidadania refém. O medo seqüestra o Rio

Depois de o terror ter invadido as ruas de São Paulo, o Rio de Janeiro agora é a nova praça de guerra. As autoridades, como sempre, fazem reações pontuais, atacam favelas e depois se retiram. Os bandidos, na verdade, são o lado proativo do conflito.

Ele tomam a iniciativa, eles fazem os ataques, eles agem a qualquer hora, eles matam pessoas indefesas com a utilização de meios cruéis, eles depois escapam.

Não há, da parte do Estado, uma ação permanente e profunda de desarticulação das quadrilhas e captura e punição de seus membros. Sei que estamos lidando com o crime organizado, conseqüentemente, estamos enfrentando um sistema, cujas ramificações estão infiltradas na polícia e em outros segmentos do Poder formal. Mas sei também que a sociedade, pelos seus representantes legais, também é um sistema e com total respaldo jurídico para ações preventivas e repressivas.

Não havendo essas ações, agora que a hidra já começa a mostrar as suas cabeças, em futuro muito próximo será literalmente impossível seu enfrentamento. Especialmente porque, nos segmentos sociais onde grassam a miséria e a pobreza insolóveis, estão os solos férteis para o surgimento de quadrilhas.

A ação precisa ser social, para reverter um quadro perverso de divisão de renda, mas respaldada por um ataque contínuo e implacável aos criminosos. Não se pode admitir a cidadania oprimida por criminosos, assim como não se pôde admitir a cidadania oprimida pela ditadura que infelicitou o País durante tantos anos.

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