sexta-feira, 2 de junho de 2006

Vamos prender todo mundo?

"Penso que se você sabe o que pensa,
será muito mais fácil responder à sua pergunta.
Não posso responder à sua pergunta."
(Presidente George W. Bush)

O País inteiro viu: o advogado do tal Marcola acabou saindo preso, algemado, da Comissão Parlamentar que apura o tráfico de armas. Detalhe: a prisão se deu pelo fato de que o advogado comparou os parlamentares a bandidos. Quem viu a cena pela TV sabe: ao ser pressionado pelos deputados sobre como havia aprendido rápido sobre malandragem, afirmou: "Aqui se aprende rápido."

Os deputados entenderam rapidamente que ele se referia ao parlamento e a prisão foi coisa de minutos. A questão é exatamente essa: você confia no Congresso Nacional? Você entende que a instituição é efetivamente íntegra, comprometida com os interesses do País, confiável em suas atividades internas?

Os recentíssimos casos de mensaleiros e a sua quase integral absolvição trazem à visão pública uma instituição pelo menos, digamos, sombria. Os deputados tiveram razão em mandar prender o advogado - que depois voltou ao plenário para depor, após assinar um termo em que se comprometia a responder a um processo por desacato - mas deve-se levar em consideração que deputados federais e senadores, os políticos de um modo geral, são pessoas que aparecem ao olhar nacional como pessoas cujo comportamento é questionável. E questionável a priori, o que é pior.

O advogado, ao ser algemado, ainda "aplaudiu", mesmo com as mãos atadas, o ato de sua prisão. E saiu dizendo que os deputados "queriam uma foto" para se projetar na mídia nacional, prendendo alguém por comportamento de desacato a autoridade.

Ao final das contas, o seguinte: de um lado, criminosos altamente organizados, com grande poder de fogo e de dinheiro; de outro, um parlamento cheio de defeitos, infestado de cúmplices, abarrotado de suspeitos. Vamos prender todo mundo?

Um comentário:

Anônimo disse...

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