sexta-feira, 2 de junho de 2006

Coisas do Brasil

"Nossos fracasos são, às vezes, mais frutíferos que os sucessos."
Henry Ford

Vejo nos jornais a euforia pela Seleção, a esperança do hexa, a alegria pré-fabricada; vejo nos jornais criminosos sento autorizados a aguardar julgamento em prisão domiciliar; vejo nos jornais políticos entrecruzando tramas; vejo nos jornais um emaranhado do mundo; vejo nos jornais as coisas do Brasil.

O País tem uma das piores distribuições de renda do mundo. Tem, por outro lado, um sistema de crime organizado que daqui a pouco tempo fará inveja as qualquer máfia. E nada de mais efetivo é feito para enfrentar essa situação ou seja: a má distribuição de renda e o banditismo atuando de forma empresarial.

E o que se vê nos jormais se vê também nas ruas, até pelo fato de que o jornal nasce da rua e para a rua volta. A rua não é só aquela por onde você trafega com o seu carro e vê os meninos pedindo esmolas nos sinais. A rua, a grande rua brasileira, é onipresente, especialmente nos gabinetes e salas secretas do poder.

A rua brasileira invade as decisões de poder, como o assaltante invade a loja. Os grandes crimes das ruas têm suas versões light e diet no parlamento, nos grandes encontros financeiros, nos palavrosos acordos políticos e administrativos.

Coisas do Brasil. A rua invade os meios tons das conversas decisórias e dita o tema da próxima negociata. Ah! E o hexa? Também é uma grande negociata. Milhões estão rolando nessa história de Seleção. E quando a gente gritar gol!, as registradoras estarão tilintando e alguém, alguém muito rico, um ser sem face e sem alma, brindará à tolice de milhões (de tolos) ao redor do mundo...

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