sexta-feira, 2 de junho de 2006

E aí, chegaram aqueles estranhos pacotes... E os deputados taparam o nariz.

"Creio que estamos num caminho irreversível para mais liberdade e democracia. Mas as coisas poderão mudar."
Presidente George W. Bush

Veja só o que o Jornal Nacional divulgou em sua edição de ontem: "Gabinetes de nove deputados federais receberam, pelo correio, envelopes que continham fezes. A polícia do Legislativo está investigando a origem da correspondência. Os envelopes partiram de São Paulo e de Minas Gerais. Estavam endereçados a parlamentares do PT, do PP, do PDT e do P-Sol. O material será analisado no laboratório de saúde pública do Distrito Federal."

O texto rápido e seco, típico do jornalismo de TV, mas que lamentavelmente está sendo imitado por algumas tendências do jornalismo impresso, vide Folha de S. Paulo, limitou a umas poucas palavras a informação de atos que, mesmo tendo suas impropriedades, dão uma idéia do quanto o brasileiro já não suporta mais ver o Congresso que temos.

É triste, mas é verdade: aos olhos da nação, o Congresso está mais para antro que para uma reunião de Casas Legislativas e, tanto o Senado quanto a Câmara dos Deputados, são entendidos como instâncias da suspeição e do escambo de favorecimentos imorais, do ócio e do negócio.

Por isso, eis que chegam aos deputados envelopes com material que melhor seria tivesse sido enviado a laboratórios de análises clínicas. Analisando-se, sem trocadilho, a questão, temos aí na verdade uma mensagem, uma metáfora do que pensa o povo a respeito dos deputados. Trata-se da escritura, trata-se de um discurso sujo a respeito daquilo que é sujo. Por vias transversas, uma nova visão da afirmativa bíblica "do pó, ao pó.

"É triste quando as pessoas tomam iniciativas assim: é um indício de que falta fé nas instituições e inexiste credibilidade pelo que se convencionou chamar de classe política. O conteúdo dos envelopes é um grito surdo, um urro de indignação. Pouco civilizado? Certamente. A mensagem foi grosseira? Yes, quer dizer sim. Mas ninguém, ninguém, poderá dizer que, até mesmo do ponto de vista de uma análise semiótica, os remetentes não têm razão...

Estranhei apenas que, pelo menos até hoje, nenhum jornal impresso tenha repercutido o assunto.PS: Agora, se os deputados quiserem saber quem enviou o material, é só chamar os inteligentes, educados e competentíssimos policiais do CSI Miami, que em dois tempos eles descobrem tudo...

Um comentário:

Anônimo disse...

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