(Do presidente JK a um redator dos seus discursos)
Ah, sim, a frase aí de cima pincei do livro "Feliz 1958 - o ano que não devia terminar", do jornalista Joaquim Ferreira dos Santos, que andei relendo esses dias. A obra é uma deliciosa, bem redigidíssima e admirável crônica sobre aquele ano, apontado pelo jornalista como um período em que tudo deu certo para o País e, assim, jamais deveria ter terminado.
O texto não se avança em aprofundamentos históricos e nem a isso se propõe. Desde o início, pelo estilo rápido, com observações de superfície, observa-se que trata-se de uma crônica, um sonho redacional, um passeio naquele tempo que ele congelou no tempo. E, nesse congelador sinta-se em instigante companhia: ali estão champagnes de muito boa safra, lambretas velozes, moças de anáguas, cafajestes escancarados, vedetes belíssimas, políticos e noitadas, escritores de talento, jornalistas criativos, numa fauna animada, intensa, muito alegre.
Um tempo que tinha estilo e elegância. É incrível como esse livro de 187 páginas consegue nos reconduzir, a quem tem mais idade, ou conduzir, a quem tem sensibilidade, àquele mundo de 1958, quando o Brasil foi campeão pela primeira vez e o presidente JK queria 50 anos de progresso em cinco, seus cinco anos de mandato.
Um belo, bom e gostoso livro, que certamente deve interessar a quem gosta de jornalismo, de fazer ou estudar, uma vez que Feliz 1958 é eminentemente uma aula. De como se faz crônica, crônica com jeitão de reportagem pesquisada, com fatos já perdidos no tempo, mas redivivos num texto de primeira categoria.
Gosto de viver essas aventuras no tempo. Redescobrir fatos, aprofundar descobertas, juntar cacos de um passado que não vivi, mas do qual tenho saudade. Um bom livro, ao qual pretendo voltar a falar com você.
Nenhum comentário:
Postar um comentário