“Quem luta contra monstros, deve
cuidar-se para não se tornar um deles.”
(Nietzsche)
Um colega jornalista registrou há algum tempo um fato que, dadas as circunstâncias socioeconômicas do País, pode se repetir a qualquer momento. Algo que supera em muito a ficção. Veja só: o jornalista relatou a entrada de um menino de rua em uma igreja , onde, sem qualquer cerimônia, dirigiu-se à bolsa de ofertas apoderando-se de todo o dinheiro. Entrou e saiu rapidamente.
Surpresa geral, perplexidade pura. Todos fizeram: "Óóóóóóóóóó..." Ante a surpresa geral – ficaram todos paralisados – ele não se deteve, e respondeu de cara dura, ao ser indagado do seu ato: estava com fome e tinha direito àquele dinheiro. Saiu e foi comprar um cigarro de maconha. Redijo segundo o relato feito, como já disse, há algum tempo.Tempo que, contudo, continua em sua ênfase à discriminação e seus deserdados. Tristes tempos, pobre época a nossa, quando a oferta de fiéis tem destino tão sórdido. Mas, é assim hoje em dia.
Fatos que nos dão o que pensar: a fome do menino, seu descaminho para o vício, sua triste revolta por ser um sem-nada. No fundo, mesmo repudiando-se objetivamente o gesto, entende-se sua origem, a funda, ferina, dolorosa essência de tal comportamento.
Ele sentia-se no direito de ter algo. Sentia-se participante daquela reunião e, movido pela convicção, apoderou-se de algo que entendeu como sendo do seu direito: o dinheiro pouco ali depositado, e ali depositado pelo fato mesmo de que era pouco e não faria falta aos que o haviam deixado.
Então, por que não seria de sua propriedade, uma vez que é isso mesmo o que ele recebe nos cruzamentos, nas ruas, quando lava o pára-brisa, quando estende a mão? Lamentável, não? Mas aquele menino, anônimo, estranho, inesperado e rude, apoderou-se apenas do que era de César.
cuidar-se para não se tornar um deles.”
(Nietzsche)
Um colega jornalista registrou há algum tempo um fato que, dadas as circunstâncias socioeconômicas do País, pode se repetir a qualquer momento. Algo que supera em muito a ficção. Veja só: o jornalista relatou a entrada de um menino de rua em uma igreja , onde, sem qualquer cerimônia, dirigiu-se à bolsa de ofertas apoderando-se de todo o dinheiro. Entrou e saiu rapidamente.
Surpresa geral, perplexidade pura. Todos fizeram: "Óóóóóóóóóó..." Ante a surpresa geral – ficaram todos paralisados – ele não se deteve, e respondeu de cara dura, ao ser indagado do seu ato: estava com fome e tinha direito àquele dinheiro. Saiu e foi comprar um cigarro de maconha. Redijo segundo o relato feito, como já disse, há algum tempo.Tempo que, contudo, continua em sua ênfase à discriminação e seus deserdados. Tristes tempos, pobre época a nossa, quando a oferta de fiéis tem destino tão sórdido. Mas, é assim hoje em dia.
Fatos que nos dão o que pensar: a fome do menino, seu descaminho para o vício, sua triste revolta por ser um sem-nada. No fundo, mesmo repudiando-se objetivamente o gesto, entende-se sua origem, a funda, ferina, dolorosa essência de tal comportamento.
Ele sentia-se no direito de ter algo. Sentia-se participante daquela reunião e, movido pela convicção, apoderou-se de algo que entendeu como sendo do seu direito: o dinheiro pouco ali depositado, e ali depositado pelo fato mesmo de que era pouco e não faria falta aos que o haviam deixado.
Então, por que não seria de sua propriedade, uma vez que é isso mesmo o que ele recebe nos cruzamentos, nas ruas, quando lava o pára-brisa, quando estende a mão? Lamentável, não? Mas aquele menino, anônimo, estranho, inesperado e rude, apoderou-se apenas do que era de César.
Sua atitude, infratora, é claro, é também indício de que os tempos estão mudando e os desvalidos podem deixar sua passividade e partir para o ataque.
É preciso que os que se dizem caridosos, fraternos, bondosos e cristãos, entendam que, como diz a doutrina, é preciso repartir o pão. Havendo justiça, aquele menino não mais disputará o que é de César.
Não havendo justiça, ela vai querer até mesmo o que é de Deus.
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