quinta-feira, 25 de novembro de 2021

Garimpo, crime e castigo urgente

Por Emanoel Barreto

Leio na Folha de S. Paulo estarrecedora informação a respeito de um crime – mais um – cometido por garimpeiros da região Norte do país: “O MPF (Ministério Público Federal) recomendou nesta quarta (24) adoção emergencial de ação coordenada para repressão e desarticulação ao garimpo ilegal de ouro na calha do rio Madeira e afluentes em Autazes (AM).”

Detalha o jornal paulista: “Centenas de balsas de dragagem operadas por garimpeiros empreendem uma corrida por ouro no rio Madeira, importante afluente do rio Amazonas, navegando por vários quilômetros enquanto as autoridades estaduais e federais discutem quem é responsável por impedir a ação ilegal.” 

Por sua vez o jornal O Estado de S. Paulo indica que o prejuízo socioambiental é de nada menos que R$ 31,4 bilhões ao país. Os garipeiros, segundo o Estadão, pretendem reagir colocando-se como barreira humana e confiam que as tropas "vão respeitar", informa o jornal.

Os criminosos agem com desenvoltura e as autoridades ficam se questionando quanto a quem será o responsável por sua repressão, que além de ser urgente deverá ser dura e firme, com a força necessária e suficiente para desmobilizar a organização criminosa que há anos age naquela região.

Nas fotos exibidas pelo jornal estão mostradas as dragas dispostas taticamente uma ao lado da outra de forma a impedir o avanço das tropas que forem designadas para o enfrentamento ao bando.

Vale salientar que o Ministério Público recomenda, segundo o jornal: “Se necessário, diz a recomendação, os ‘instrumentos do crime’ devem ser destruídos.”

Importante esse aspecto, uma vez que, caso não sejam destruídos, os instrumentos do crime voltarão a funcionar a plena carga, como costumeiramente, tão logo as forças repressoras sejam retiradas. É preciso também que haja prisões em flagrante, processos e encarceramento em presídios dos que forem condenados.

A região Norte sofre com a devastação da floresta amazônica e com as agressões a territórios de povos originários, além da contaminação de águas com mercúrio para extração de minérios. A ação flagrada no Madeira é parte desse conjunto articulado de atos praticados pelos bandidos que agridem a natureza.

Tais comportamentos têm consequências aterradoras junto ao meio-ambiente e prejudicam até mesmo a economia, pois o ouro extraído é vendido a compradores criminosos residentes no exterior, e isso se faz sem pagar impostos. Até por isso deve ser exemplarmente reprimida a intentona garimpeira.

Os olhos do mundo estão voltados para essa tragédia planejada pelos garimpeiros. Nossos olhos também não podem ficar fechados.

 

 

 

 

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