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O tucano está na mira
O Estadão
informa:
“Após a
homologação da superdelação da Odebrecht – 77 executivos, ex-executivos e
funcionários da empreiteira -, a Procuradoria-Geral da República vai abrir novo
inquérito para investigar o senador Aécio Neves (PSDB).
“A
informação foi revelada com exclusividade pelo site Buzzfeed.
“O tucano
vai ser investigado por suspeita de recebimento de valores supostamente
desviados das obras da Cidade Administrativa na gestão de Aécio no governo de
Minas (2003/2010). O empreendimento foi orçado em R$ 500 milhões, mas teria
alcançado a cifra aproximada de R$ 2 bilhões.
“Segundo
informa o Buzzfeed, a Procuradoria-Geral da República vai pedir ao Supremo
Tribunal Federal autorização para abrir o inquérito. Na condição de senador,
Aécio tem foro privilegiado perante a Corte máxima.
“O tucano
teria recebido dinheiro de empreiteiras contratadas para a construção da Cidade
Administrativa, entre elas a Odebrecht, OAS e Andrade Gutierrez, todas citadas
no esquema de cartelização e propinas instalado na Petrobrás entre 2004 a 2014
e desmascarado pela Operação Lava Jato.”
A tímida
reativação do noticiário a respeito do senador tucano fazem-me questionar: por
que as acusações não são levadas adiante?
Acho muito
estranho que o político mineiro não seja alvo direto de uma investigação digna
desse nome. Há algumas semanas ele foi interrogado na Polícia Federal em
Brasília.
Mas, ao que
li, tudo foi muito discreto, como aquelas figuras de romance em Veneza, que se
deslocam nas sombras da noite, embuçadas em capa e capuz, deslocando-se por
entre as sombras.
A Lavajato é
importante, mas, e isso é literalmente notável, volta-se preferencialmente
contra o PT, que, claro, tem entre seus membros tipos criminosos.
Pergunto:
por que o ex-deputado Eduardo Cunha até hoje não fez qualquer acusação a quem
quer que seja? Afinal, o que ele está fazendo na cadeia? Será que não há interesse
em aprofundar as investigações a partir do que ele possa dizer?
Tal situação,
de dúvidas e média luz, dão-me a impressão de dramaticidade de tango, mas sem
que haja interesse no desfecho – que pode ser trágico demais para o PSDB.
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