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Carlo Allegro/Reuteres |
Heil, Trump!
A
surpreendente e trevosa vitória de Donald Trump começa espalhando um rastro de
terremoto nas finanças mundiais, abalando bolsas na Europa e Ásia. Mas, calma, se
o mundo superou Hitler creio que vai aguentar o novo mandatário americano. Pelo
menos espero.
Com
relação ao assunto creio que Heiko Maas, ministro da Justiça da Alemanha, o
explicitou da maneira mais objetiva:
“O mundo não vai acabar, mas ficará mais louco”.
“O mundo não vai acabar, mas ficará mais louco”.
Vem da Alemanha
outra afirmativa, também bastante plausível agora de Ursula von der Leyen,
ministra de Defesa: “Choque enorme. Acho que Trump sabe que não foi um voto
para ele, mas sim contra Washington, contra o establishment”.
A loucura foi bastante fácil de perceber:
com apelo ao mais vulgar e sórdido populismo prometeu aos segmentos mais
broncos da americanidade coisas como a segregação do México com um grande muro,
expulsão de latinos e muçulmanos, isolacionismo e imperialismo; e empregos, muitos
empregos ao americano básico; aquele, tipo Homer Simpson: burrão, com baixa escolaridade
e guiado pelo estalar da metralhadora como padrão e emissão de patriotismo.
Quanto ao
repúdio ao establishment seria possível admitir a possibilidade de que, sim, as pessoas com um nível
maior de esclarecimento estejam já cheias de acreditar em promessas tipo bom
senso – melhores serviços de saúde, retomada do crescimento, apoio às minorias,
coisas do tipo.
Por mais
que o americano médio acredite nos valores ali dominantes, é bem possível aceitar
a suposição de que boa parte da sociedade entende, de alguma maneira, que os
Estados Unidos são uma plutocracia: um sistema de poder regido e entregue a
quem tem mais poder e mais dinheiro.
Desta
forma a mensagem do establishment, representado por Hillary, é uma ousada
mentira, pois os dominantes querem mesmo é manter seus privilégios, o que ficou
bastante comprovado com a crise de 2008, cujos reflexos ainda se fazem sentir. Os
ricos continuaram ricos e uma certa classe média afundou.
As
pessoas sabem disso. Juntando-se tal situação com a estupidez formou-se o caldo
de dinamite que está prestes a ser servido ao mundo.
Que o
diga David Duke, ex-líder da Ku Klux Klan e ex-integrante da Câmara dos
Representantes pelo estado da Luisiana de 1989 a 1993: “Deus o abençoe. É hora
de fazer a coisa certa. É hora de tomar a América de volta”.
O discurso
aparentemente conciliário de Donald Trump após conhecido o resultado da eleição
é apenas ato retórico: em jornalismo sabemos que em política muitas vezes é
verdade que o político disse, mas pode não ser verdade o que ele disse. Creio
que seja o caso.
Se Trump conta
com as bênçãos da Ku Klux Klan então é hora de entender que os EUA levaram um
trompaço de Trump.
Mas, algo
deve ser levado em consideração: Hillary teve 218 votos no colégio eleitoral e
Trump 176, pelo menos no instante em que eu escrevia este artigo, 7h desta quarta, quando as
apurações ainda continuavam em alguns poucos estados.
Tais números
representam que ela obteve, em votos do eleitorado, 47,56 por cento enquanto
Trump recebeu 47,63 por cento. Em números absolutos isso significa Hillary com
58 milhões, 670 mil, 948 votos, cabendo a Trump 58 milhões, 743 mil, 996 votos,
segundo vejo no Portal G1. Como se percebe, não foi vitória esmagadora.
Trump ganhou por uma nesga de votos. Ou seja:
a sociedade americana está dividida.
Ainda bem:
isso significa que haverá mobilização de sociedade civil para enfrentar os
tempos que virão.
.......................
ZOORÓSCOPO
Cascavel – o meu caro cascaveliano: você precisa controlar seus
impulsos da raiva. O mundo não é seu. Deixe também se truques sujos, tocaias e
emboscadas. Para toda cascavel sempre haverá alguém disposto a empunhar um bom
pedaço de pau.
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