segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Corrupção como patrimônio Imaterial brasileiro



Prever para prevaricar

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Cachaça: o termo cachaça passou a ser respeitado no mercado norte-americano depois de muita luta para certificar nossa caninha como designação de produto tipicamente brasileiro. Quer dizer: com isso respeita-se um bem imaterial; seu preparo, a cultura, o debruçar espiritual do artífice sobre a sua obra, a arte enfim. Do mesmo modo que o francês defende seu champanha.


Temos porém, além da cachaça, outro produto bem brasileiro, possivelmente jamais igualado por qualquer país: temos a corrupção. Sim, sim, senhores: nesse quesito chegamos - ou pelo menos quase-, à perfeição: trata-se de elaborado processo, com sinuosas manipulações, finíssimos tratos. 

Que vão do planejamento, do conhecimento jurídico-burocrático dos meandros e das leis a serem burladas e manipuladas a favor do corrupto e seus corrompidos até a execução do ato corruptos; e isso na certeza de que, falhando o plano espetacular, nada acontecerá aos seus autores. 

A impunidade faz parte do processo. Não impede uma nova intentona; isso está nos genes da cultura política e empresarial brasileira.

E ficam os partidos se acusando mutuamente, manchados e moralmente trôpegos; mas acusando-se sem parar, o que dá à opinião pública a sensação de que a finalidade da política, aqui política partidária, é unicamente a troca de desaforos e blasfêmias entre criminosos de paletó, seguindo-se processos e delações premiadas.

Assim, urge que se tomem as providências para registrar a corrupção nacional, a fim de que lá fora não nos tentem tomar esse licor, patenteando-o. E o que é pior: que tenhamos de comprar no mercado internacional algum caderno de métodos e técnicas de corromper. Não tenho dúvida de que, ocorrendo isso, se formariam imediatamente grupos e lobbies

Todos cobrando seus vinte por cento de comissão, alegando que seria muito importante o país importar esse bem como commodity, sob o lema positivista: prever para prover. Ou melhor: prever para prevaricar.
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ZOORÓSCOPO
Cavalo - Conhecidos pelo temperamento digamos, forte, para não dizer estúpido, o cavaliano atrita-se facilmente. Mesmo que o parceiro
Guido Daniele
não o tenha provocado. Cavalo, no entanto, não deve casar com mulher nascida em Hiena. A mulher em Hiena não leva desaforo para casa e ainda sai rindo depois de dar o troco ao agressor. 

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