Renan, o Supremo e o carnaval de Veneza
Leio estarrecido no noticiário a
informação de que Renan Calheiros já teria garantidos cinco votos de ministros
do Supremo para continuar no cargo de presidente do senado, mesmo que hoje à
tarde a Corte mantenha sua condição de réu.
Da mesma forma descubro boquiaberto
que o vice-presidente petista, Jorge Viana, estaria em vias de renunciar ao
cargo caso Renan seja efetivamente deposto.
Segundo se informa na mídia, o
titubeante senador busca escapulir de um dilema que está bem acima da sua aparente
tibieza. Afirmou, segundo vi nas folhas: se pautar a PEC do teto na terça-feira
(13), rompe com a esquerda; se não o fizer será acusado de aprofundar a debacle
econômica.
Com ocorra a fuga do petista, o
cargo cairia no colo do senador Romero Jucá, outro réu na Lava Jato. Você já
percebeu o quanto estamos mal servidos? Um foge das responsabilidades, outro é
um homem na mira da lei.
Parece-me que estamos às voltas
com um simulacro de Poderes institucionais, uma grotesca encenação. Pessoas ocupando
cargos vitais, essenciais, agindo como se numa mascarada histórica sem perceber
que o abismo é logo ali.
O momento não é para contemporizações:
os ministros do Supremo têm o dever moral de respeitar a decisão de sustar o
mandado presidencial de Renan; da mesma forma o senador petista tem a obrigação
de impedir a continuidade da PEC do fim do mundo.
Tais comportamentos sugerem pusilanimidade
e compadrio; pior que isso, revelam que as elites jurídica e política buscam
salvar uma situação de engodo quando já ninguém mais acredita na encenação. Não
percebem que a sociedade já grita que o rei está nu.
Os olhares estarão todos voltados
para a sessão de hoje do Supremo. Vejamos quem vai fantasiado para um carnaval
em Veneza.
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A
próxima vítima
Com o bloqueio de mais de 38
milhões do ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, ele pode ser o sétimo membro
de equipe de Temer a ser atirado ao poço dos demitidos. Ocorrendo tal fato, e
somando-se isso aos trambolhões perpetrados pelo governo o mercado terá mais e
mais razões para temer que, com Temer, as coisas não darão muito certo.
Ascensão
e queda
Começam a se tornar insistentes
os comentários a respeito da queda do próprio presidente da República. Está
demonstrado que 1) ele não tem condições pessoais, não tem liderança nem pulso
para enfrentar situações extremas; 2) o cerne do seu governo é podre, tais as
más companhias em que está metido; 3) ele próprio pode vir a ser cassado, caso
o Supremo acate acusação de que valeu-se de dinheiro sujo para usar na campanha
de vice, ao lado de Dilma.
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