quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Os Poderes e a farsa em Brasília



Renan, o Supremo e o carnaval de Veneza
Leio estarrecido no noticiário a informação de que Renan Calheiros já teria garantidos cinco votos de ministros do Supremo para continuar no cargo de presidente do senado, mesmo que hoje à tarde a Corte mantenha sua condição de réu.

Da mesma forma descubro boquiaberto que o vice-presidente petista, Jorge Viana, estaria em vias de renunciar ao cargo caso Renan seja efetivamente deposto. 

Segundo se informa na mídia, o titubeante senador busca escapulir de um dilema que está bem acima da sua aparente tibieza. Afirmou, segundo vi nas folhas: se pautar a PEC do teto na terça-feira (13), rompe com a esquerda; se não o fizer será acusado de aprofundar a debacle econômica. 

Com ocorra a fuga do petista, o cargo cairia no colo do senador Romero Jucá, outro réu na Lava Jato. Você já percebeu o quanto estamos mal servidos? Um foge das responsabilidades, outro é um homem na mira da lei. 

Parece-me que estamos às voltas com um simulacro de Poderes institucionais, uma grotesca encenação. Pessoas ocupando cargos vitais, essenciais, agindo como se numa mascarada histórica sem perceber que o abismo é logo ali.

O momento não é para contemporizações: os ministros do Supremo têm o dever moral de respeitar a decisão de sustar o mandado presidencial de Renan; da mesma forma o senador petista tem a obrigação de impedir a continuidade da PEC do fim do mundo. 

Tais comportamentos sugerem pusilanimidade e compadrio; pior que isso, revelam que as elites jurídica e política buscam salvar uma situação de engodo quando já ninguém mais acredita na encenação. Não percebem que a sociedade já grita que o rei está nu. 

Os olhares estarão todos voltados para a sessão de hoje do Supremo. Vejamos quem vai fantasiado para um carnaval em Veneza.
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A próxima vítima
Com o bloqueio de mais de 38 milhões do ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, ele pode ser o sétimo membro de equipe de Temer a ser atirado ao poço dos demitidos. Ocorrendo tal fato, e somando-se isso aos trambolhões perpetrados pelo governo o mercado terá mais e mais razões para temer que, com Temer, as coisas não darão muito certo. 

Ascensão e queda
Começam a se tornar insistentes os comentários a respeito da queda do próprio presidente da República. Está demonstrado que 1) ele não tem condições pessoais, não tem liderança nem pulso para enfrentar situações extremas; 2) o cerne do seu governo é podre, tais as más companhias em que está metido; 3) ele próprio pode vir a ser cassado, caso o Supremo acate acusação de que valeu-se de dinheiro sujo para usar na campanha de vice, ao lado de Dilma. 

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