quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Tolerância zero: osso duro de roer



O coronel Dancleiton e o prefeito de Nova Iorque

Foto: comando da Polícia Militar do Rio Grande do Norte
Os bairros de Emaús e Nova Parnamirim estão reféns dos criminosos. E até aqui nada vi que justifique a presença do coronel Dancleiton Pereira como novo comandante da PM. A não ser a realização de revistas em motoristas nada mudou em termos de ações preventivas à ação dos bandidos.

Nos dois bairros os assaltantes agem com desenvoltura e atrevimento, cientes de que ali inexiste ação preventivo-repressiva à altura. Em vez de ser enfrentados pela polícia encontram facilmente um rebanho de inocentes que literalmente se oferece às suas atrocidades.

Sei da importâncias das barreiras para abordagem de motoristas. Ali são encontrados muitas vezes pessoas procuradas ou indivíduos que estejam em situação de ilicitude como porte de drogas e armas; alcoolizados ou prestes a praticar assaltos e outros crimes. 
Rudolph Giuliani: http://www.otempo.com.br/capa/brasil/ex-prefeito-de-nova-york

Mas entendo que seria de suma importância um patrulhamento tático móvel intenso e permanente. Viaturas circulando 24 horas por dia. O coronel prometeu “tolerância zero” com o crime. E isso só se faz com presença ostensiva e firme. 

Suponho que esse tipo de ação tem algo de doutrinário e insere-se numa filosofia de segurança pública para cuja realização é imprescindível uma práxis que envolve a determinação absoluta de impedir o crime – estaria aí o aspecto filosófico-doutrinário;  detalhamento estratégico e tático – a parte prática de toda a propositura, bem como disponibilidade de recursos financeiros, materiais e humanos para a consecução do sistema preventivo-repressivo. 

Temo que a Polícia Militar não esteja apta a cumprir com sua missão pela falta de todo esse arcabouço que acabo de enunciar. O coronel prometeu algo que não tem condições de cumprir. Suponho que o comandante da PM não conseguirá a façanha do então prefeito de Nova Iorque Rudolph Giuliani, no início dos anos 1990.

É grande a distância entre as duas urbes, não é mesmo?

Tolerância zero, como se fez em Nova Iorque é aqui algo impossível. Nem sei se seria assim tão vantajoso a implantação dessa ética do imperdoável; um ladrão de galinhas não é o mesmo que o assaltante que mata alguém para roubar um celular.

Mas, como o coronel deu-se prazo de 90 dias para trazer paz a Natal e grande Natal e esse prazo ainda é inicial, vejamos quais ações táticas estão programadas. E encerro com uma pergunta: será que em mais 90 dias se você chamar a polícia ela vai chegar em cinco minutos?
Vejamos.

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