O
coronel Dancleiton e o prefeito de Nova Iorque
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Foto: comando da Polícia Militar do Rio Grande do Norte |
Os bairros de Emaús e Nova
Parnamirim estão reféns dos criminosos. E até aqui nada vi que justifique a
presença do coronel Dancleiton Pereira como novo comandante da PM. A não ser a
realização de revistas em motoristas nada mudou em termos de ações preventivas
à ação dos bandidos.
Nos dois bairros os assaltantes
agem com desenvoltura e atrevimento, cientes de que ali inexiste ação
preventivo-repressiva à altura. Em vez de ser enfrentados pela polícia
encontram facilmente um rebanho de inocentes que literalmente se oferece às
suas atrocidades.
Sei da importâncias das barreiras
para abordagem de motoristas. Ali são encontrados muitas vezes pessoas
procuradas ou indivíduos que estejam em situação de ilicitude como porte de
drogas e armas; alcoolizados ou prestes a praticar assaltos e outros crimes.
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Rudolph Giuliani: http://www.otempo.com.br/capa/brasil/ex-prefeito-de-nova-york |
Mas entendo que seria de suma
importância um patrulhamento tático móvel intenso e permanente. Viaturas circulando
24 horas por dia. O coronel prometeu “tolerância zero” com o crime. E isso só
se faz com presença ostensiva e firme.
Suponho que esse tipo de ação tem
algo de doutrinário e insere-se numa filosofia de segurança pública para cuja
realização é imprescindível uma práxis que envolve a determinação absoluta de
impedir o crime – estaria aí o aspecto filosófico-doutrinário; detalhamento estratégico e tático – a parte
prática de toda a propositura, bem como disponibilidade de recursos
financeiros, materiais e humanos para a consecução do sistema preventivo-repressivo.
Temo que a Polícia Militar não
esteja apta a cumprir com sua missão pela falta de todo esse arcabouço que acabo
de enunciar. O coronel prometeu algo que não tem condições de cumprir. Suponho
que o comandante da PM não conseguirá a façanha do então prefeito de Nova
Iorque Rudolph Giuliani, no início dos anos 1990.
É grande a distância entre as duas
urbes, não é mesmo?
Tolerância zero, como se fez em
Nova Iorque é aqui algo impossível. Nem sei se seria assim tão vantajoso a implantação
dessa ética do imperdoável; um ladrão de galinhas não é o mesmo que o
assaltante que mata alguém para roubar um celular.
Mas, como o coronel deu-se prazo
de 90 dias para trazer paz a Natal e grande Natal e esse prazo ainda é inicial,
vejamos quais ações táticas estão programadas. E encerro com uma pergunta: será
que em mais 90 dias se você chamar a polícia ela vai chegar em cinco minutos?
Vejamos.
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