“Uma catarinense de 20 anos está leiloando sua virgindade
pela internet, após aceitar participar de um documentário de um cineasta
australiano. Os lances para fazer sexo com Catarina Migliorini já chegam a US$
155 mil (cerca de R$ 315,3 mil) e vêm de compradores dos EUA, Índia, Brasil e
Austrália.” Encontrei a notícia no Portal IG e me veio uma pergunta: até que
ponto chegaram as relações fictícias e a mulher se apresenta como produto.
A prostituição é
antiga, o comércio do ato sexual vem das eras mais remotas e tem como marco a
efemeridade daquele encontro, uma vez que o homem chega até ela mas não sente-se
responsabilizado por qualquer resultado daí resultante: gravidez ou contágio venéreo,
por exemplo.
Usada, a mulher objeto do desejo torna-se coisa do passado
implicitamente estabelecido nesse pacto comercial às esconsas. A obliquidade do
relacionamento também estabelece à mulher uma espécie de poder: ela é que é a
procurada, estabelece o preço do corpo e dos atos que com ele se poderão
cometer. Mas esse poder é falso, a mulher será sempre a desditosa, uma vez que
passável adiante até o próximo e qualquer parceiro. No fundo, o sacrifício será
sempre dela.
No caso dessa jovem, ao que parece plenamente inserida no
métier como você verá na transcrição abaixo, o cinismo do falso poder que ela pensa
exercer dá o tom do glamour criado pela midiatização do negócio. Não coloco em
pauta o valor virgindade, questiono a forma como um ato cotidiano, um coito,
ganha forma de coisa estranha, um estardalhaço, como se fora algo tão inacessível
que seria preciso um bordel na internet para se realizar.
Segue a matéria:
Virgindade de brasileira já vale mais de R$ 315 mil em leilão na internet
Catarina Migliorini, 20 anos, está na Indonésia e participa de documentário do diretor australiano Justin Sisely
Catarina Migliorini, que está leiloando a virgindade na internet
Uma catarinense de 20 anos está leiloando sua
virgindade pela internet, após aceitar participar de um documentário de
um cineasta australiano. Os lances para fazer sexo com Catarina
Migliorini já chegam a US$ 155 mil (cerca de R$ 315,3 mil) e vêm de
compradores dos EUA, Índia, Brasil e Austrália.
Temendo eventuais problemas judiciais na Austrália, Sisely desistiu de filmar o projeto em seu país. Enquanto espera o fim do leilão, que começou em 17 de setembro e termina em 15 de outubro, Catarina está na Indonésia.
Em entrevista à Fox News em 2011, o cineasta disse que os virgens ficarão com todo o dinheiro dos lances, para que ele não possa ser acusado de ganhar dinheiro com a iniciativa. Na mesma entrevista, Sisely disse não se preocupar com a polêmica. "Considero que isto é arte, não prostituição", afirmou.
Em entrevista ao jornal australiano Herald Sun, Catarina garantiu que não foi pressionada a participar do projeto. "Vou seguir até o fim com o leilão", disse ela. "Espero encontrar alguém depois, porque o leilão é uma oportunidade de negócio, e não uma oportunidade amorosa."
De acordo com as regras do leilão, publicadas na internet, a relação sexual acontecerá até dez dias depois de o vencedor ser definido. Catarina terá de passar por um exame médico que garanta sua virgindade ao comprador.
Por sua vez, o vencedor do leilão terá de passar por um exame médico para mostrar que não possui doenças sexualmente transmissíveis. As regras definem que, durante a relação sexual, o comprador não poderá estar drogado, envolver uma terceira pessoa, beijar a virgem, realizar qualquer fantasia ou fetiche, usar brinquedos eróticos, telefone ou qualquer aparelho de gravação. A duração mínima da relação sexual - que, segundo o site, é definida como "o pênis entrando na vagina" - é de uma hora.
Só uma relação sexual é exigida e nenhuma outra pessoa além do comprador e da virgem poderão entrar no local. Não haverá filmagem deste momento.
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