segunda-feira, 14 de maio de 2012


 O Jornal Livre


Acabo de receber exemplar da primeira edição do Jornal Livre, produzido pelos estudantes de jornalismo do curso de Comunicação Social da UFRN. É luta empreendida desde o ano passado, quando professores e alunos lançaram a campanha "Queremos um jornal". 

Afinal sai o número zero, cujo editorial critica a falta de compromisso da Reitoria em viabilizar o jornal, realizado como projeto de extensão cujos recursos somente garantiram a saída do primeiro número. Lutaremos para reverter esse quadro.

O Jornal Livre marca momento histórico do curso de Comunicação Social. Amanhã a equipe fará reunião de pauta e revisão crítica da edição.


Segue o editorial.



Quem sabe faz a hora
 
Fruto do trabalho dos estudantes de jornalismo da UFRN sai esta primeira edição do Jornal Livre. A reunião de esforços, a decisão de fazer, a sinergia que mobilizamos nos dão a dimensão da importância da campanha Queremos um jornal, que nos mobilizou em causa. Foram muitas as dificuldades que transformamos em desafios, grandes as limitações superadas, reconfortantes todas as etapas. Da pauta à edição, da busca por uma gráfica à alegria de ver os primeiros exemplares impressos. Tudo o que fizemos tem, para nós, o sentido de marco fincado na história do Curso de Comunicação Social. Compartilhamos com todos, professores, alunos e funcionários, esse legado.
 Esta edição é um limiar, fronteira que marca um começo. Saberemos, com serenidade e firmeza, manter essa luta, guiar seus próximos passos, fundar uma tradição: a de que o nosso Curso tenha um jornal que circule regularmente. É um direito dos estudantes e uma obrigação da UFRN. O Jornal Livre foi feito com garra e com o limitado apoio da Pro-Reitoria de Extensão, cujo financiamento somente deu para esta edição: agora, é preciso que a UFRN tome consciência de suas responsabilidades perante o Curso de Comunicação e mostre proatividade, garantindo recursos para que o Jornal Livre continue a circular. 

Caso isso não ocorra, omitindo-se a Universidade, mobilizaremos os estudantes a fim de que venhamos a reunir recursos para as próximas edições. Lamentamos que a UFRN não tenha se sensibilizado com a proposta de que o Curso de Comunicação precisa e deve ter garantido, institucionalmente, um jornal-laboratório, limitando o apoio a esta edição. É um direito dos discentes, e objetivo dos professores, o exercício pleno do processo de qualificação dos futuros profissionais e uma obrigação a que a Universidade não pode se furtar. Assim sendo, estamos aqui. 
Somos um jornal de sociedade civil, plural e democrático. Queremos nos manter em circulação e intervir no pleno da história. Esta ideia não morrerá. Com ou sem ajuda, não cessaremos. Não buscamos uma quimera: vivemos plenamente nossa utopia, aqui no sentido de busca de potencialidades realizáveis, razoáveis e concretas. Essas potencialidades já estão aqui representadas, vividas, vívidas, expostas. 

Somos o Jornal Livre. Apartidário, político, participante. Não temos amarras ou ligações com projetos pessoais, eleitorais ou com o mercado. A condição de livre faz deste jornal instrumento social com papel inescusável: colocar-se ao lado de causas voltadas para a cidadania e para o dissenso democrático, expondo suas páginas à defesa do bem-comum. Sem radicalismo, com determinação; sem ofender pessoas, mas sem recuar diante de falhas de sujeitos, faremos do nosso jornalismo uma página a serviço do social e da comunidade acadêmica, seus reclamos, suas urgências. Estamos somente começando a fazer a nossa parte. Agora, compete à Reitoria começar a fazer a parte que lhe cabe. E isso nós vamos cobrar.

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