sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Se é a mentira verdadeira ela sim é a verdade

Os mentirosos começaram a mentir enlouquecidamente. E diziam que se era verdade que era mentira verdade era que era verdade de mentira e que verdadeiramente todos mentiam e assim a verdadeira mentira deveria ser honrada, seguida e tornada lei e ordem. E assim foi dito e assim foi feito.
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E nos mais respeitáveis plenários, câmara secretas de governos e justiça estabeleceu-se a mentira como valor máximo e base de todos os procedimentos. Multidões se reuniram e adoraram a mentira e a ela construíram ídolos que não eram falsos exatamente por serem falsos.

Quando foi um dia um mentiroso cometeu a loucura de dizer uma verdade ao admitir em plenário que estava mentindo. Logo foi preso e levado ao patíbulo; e então ele gritou que seu julgamento fora falso por ter sido dirigido por leis falsificadas. 

E então as pessoas ficaram pasmas ao encontrar-se com a verdade de que estavam todos mentindo. Mas estavam tão acostumadas com a mentira que disseram que a verdade era uma impostura e não era verdade que era mentira mentir e sendo assim as leis falsificadas eram verdadeiras. E sendo verdadeiras, deviam condenar o homem que havia admitido mentir. E veio a carrasco e ele foi verdadeiramente morto. 

Mas ninguém acreditou em sua morte porque, diziam, se ele afirmava que as leis que o haviam condenado eram falsas, também falsa fora a sua morte. E assim tudo foi esquecido e a mentira pôde imperar sem ser crime nem nada. Porque, se a mentira não era nada, nada havia acontecido. 

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