terça-feira, 3 de janeiro de 2012

O país das estatísticas 

Os indicativos de que o Brasil é a sexta economia do mundo certamente não convenceram aqueles que vivem em favelas. A respeito o IBGE registra: mais de 11 milhões de brasileiros vivem em tais condições. Desta forma, há algo errado, algo perversamente certo ou as duas coisas ao mesmo tempo. 
 
Creio que temos as duas coisas ao mesmo tempo: o país evoluindo economicamente em benefício de uma minoria e uma lamentável divisão do bolo. E isso, a realidade das favelas, o lado perverso, não inclui os que não têm plano de saúde, os que têm escola deficiente, os que vivem de subemprego, os desempregados, os que vivem com aposentadoria que beira a afronta, os famintos...

Todos esses integram a parte perversa, aquela que não está nos padrões de sexta economia do mundo, acima do Reino Unido, veja só. Toda essa parte vive no Brasil atrasado, o Brasil que vê a locomotiva da história passar e sequer tem tempo de lamentar, pois precisa pegar o ônibus lotado para chegar ao trabalho e não perder o emprego de salário-mínimo. 

Há uma larga distância entre o mundo das estatísticas que alegram os governantes deste país e o Brasil real, o Brasil favelado, amedrontado pelos traficantes, espezinhado, perdido nas filas, implorando um atendimento médico. Há uma brutal diferença entre o país da propaganda governamental e o Brasil vivido e respirado, o país do faz de conta que tá tudo bem para o bem de todos e felicidade geral da nação. Oremos.

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