quarta-feira, 15 de julho de 2009

Vergonha
Emanoel Barreto

Apenas para você comparar: na Noruega o ministro da Saúde foi demitido porque telefonou a um hospital público pedindo que amigo seu fosse atendido de forma preferencial. Pegou o telefone e fez o pedido. Isso causou tamanha indignação nacional que a saída foi a sua demissão imediata. A imprensa abriu manchetes, a população se indignou. E esse ato, lá entendido como de corrupção inaceitável, valeu, talvez, o fim da vida pública do envolvido.

Aqui, o presidente do Senado, José Sarney, faz contorcionismos incríveis. Está sob fogo cerrado da imprensa, a opinião pública nacional está perplexa, mas sabemos todos: nada lhe acontecerá. No máximo, talvez seja levado a renunciar ao cargo como estão pedindo as vozes mais honoráveis da Casa, como o senador Pedro Simon, do alto dos seus 80 anos, mais, muito mais da metade deles dedicados ao público.

Em conversas, tenho ouvido: para que serve o Senado? Talvez a indagação esteja fora de enquadramento. Na verdade, a pergunta seria: para que servem certos senadores? A legislação deveria contemplar com rigor esse tipo de gente, permitindo sua cassação de forma certeira e rápida, quando da ocorrência de indignidades como as perpetradas por Sarney.

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