
Deus virou máquina de fazer dinheiro
Emanoel Barreto
Entre perplexo e indignado vi ontem à noite, na TV, três "pastores" fazendo sentidíssimas orações quando pediam dinheiro a Deus para os fiéis de sua "Igreja". Eles estavam no mais alto ponto de uma montanha, morro, outeiro ou seja lá o que fosse. Fazia um frio de doer e os tais aparentavam contrição.
No estúdio, dois "bispos" reforçavam as orações e garantiam que uma corrente de 318 "pastores" uniria todas as suas energias espirituais para que os crentes daquele fé sanassem todas as suas dificuldades financeiras. Certamente, quando comparecerem ante os 318 sairão ungidos de notas de dólares, abrirão empresas e serão felizes para sempre.
Ao que parece, Deus não está no céu, mas na gerência de um banco...
Ao que vejo, a transformação de atos religiosos em acontecimentos de mídia, o que envolve também padres financistas, é uma espécie de sinal dos tempos. Cercada por infinidade de problemas sociais na conjuntura e na estrutura as pessoas em desespero atiram-se em direção ao divino, esperam milagres, salvação, bonança.
O resultado disso é o crescimento de seitas e igrejas midiáticas que recolhem dízimos e ganham, elas sim, muito dinheiro. Quanto aos fiéis, que continuem a rezar. Quem sabe, ganhem algo na Mega Sena.
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