Emanoel Barreto
O monólogo das mãos é forte grito.
Não ouve quem não quer ouvir.
Nossas mãos, de alguma forma,
têm uma estranha vida própria
e se estiram e falam e dizem.
As mãos escrevem no ar,
no gesto crispado como garras,
ou no discurso eriçado de espinhos,
toda a tragédia diária.
Que se esconde
na alma e não fala,
pois a alma é silêncio e não pode falar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário