sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Quando as mãos falam mais que a boca
Emanoel Barreto

O monólogo das mãos é forte grito.
Não ouve quem não quer ouvir.
Nossas mãos, de alguma forma,
têm uma estranha vida própria
e se estiram e falam e dizem.
As mãos escrevem no ar,
no gesto crispado como garras,
ou no discurso eriçado de espinhos,
toda a tragédia diária.
Que se esconde
na alma e não fala,
pois a alma é silêncio e não pode falar.

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