sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Muitas línguas e um silêncio grande
Emanoel Barreto


Blá-blá-blá - A realização do Forum Social Mundial em Belém parece ser uma reunião babélica. Muita gente falando muitos idiomas, como na construção da torre bíblica. Não sei até que ponto mobilizações desse tipo contribuem para que tenhamos um mundo melhor.

Numa reunião assim, não tenho dúvida de que muitos interesses dissimulados estão postos, até mesmo contrários às propostas mais gerais e humanas que, certamente, pessoas bem-intencionadas pretendem ver realizadas.

É válida a construção de uma sociedade civil global como muro de contenção aos interesses dos que querem ver até mesmo o planeta destruído, desde que isso signifique lucro.

Mesmo assim, não creio que seja possível o estabelecimento de uma agenda, com passos e finalidades programáticas a ser cumpridos etapa por etapa, até se chegar à formulação de algo efetivamente forte para enfrentar os terríveis interesses dos grupos e corporações internacionais do grande capital.

As ONGs se dizem não-governamentais, mas adoram ganhar verbas do Estado. Muitas se afirmam defensoras da Amazônia, todavia, se verificarmos com atenção, nada mais são do que sucursais sui generis de empresas que têm por objetivo explorar sua rica biodiversidade, patentear descobertas, enfim, ganhar dinheiro.

Aqui do meu canto, espero, pelo menos, que disso tudo saia pelo menos alguma coisa que faça o mundo ser (um pouco) melhor. Já seria de bom tamanho.

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