segunda-feira, 17 de novembro de 2008

O olhar, o velho e o seu tempo
Emanoel Barreto

No olhar, o tempo paralítico.
Na vida, o homem se perdeu
Desbotado num canto do passado.

Para ele, uma vida cancelada.
Numa vida, a visão despedaçada.
Seu caminho desceu lento, inexorável.

E depois, seu depois foi todo ontem.
E em torno dessa reta re-tornou.
E tornou-se tanto, tanto pesaroso,
Que sequer se quer se relembrar.

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