quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Nem vida, ou gesto ou destino

Caras Amigas,
Caros Amigos,

Tão iguais e cada um sozinho.
Multidão que nem direitos tem.
Para onde vão, não se sabe nem se conta.
O seu tempo é sempre o depois.

E depois que as portas não se abrem,
estão calados e não têm o que dizer.
Suas todas palavras se gastaram,
na garganta a voz se afundou.

E quem não tem palavra, nem gesto nem destino,
já não tem vida, que a vida é isso:
palavra, gesto e destino.
Emanoel Barreto

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