segunda-feira, 6 de outubro de 2008

A perfeição da desgraça

Cara Amiga,
Caro Amigo,


A eleição para prefeito de Natal resultou no que se esperava. A Câmara de Vereadores foi re-novada em 50 por cento. E la nave va...

No cenário profundo, uma crise se posta com a força de um tsuname. As elites financeiras, donas de tudo, brincaram demais com dinheiro. Venderam e compraram demais papéis podres e agora, se falharem as medidas que os governos tentam acionar, algum miserável no Brasil ou na Somália, ficará mais miserável. As elites financeiras, não tenha dúvida, sobreviverão; e continuarão maquinando planos para mais lucros, mais fome, mais desolação.

A irracionalidade que domina o mundo desde os tempos das mais antigas civilizações, arremete para mais insensatez, apoiada agora na sofisticação, aprimoramento e agudização da tecnologia, o que permite ao homem chegar à perfeição da desgraça.

Multidões sucumbem ao peso da ideologia e do fundamentalismo, religioso ou financeiro. Nunca a religião deu tanto lucro, jamais as armas renderam tanto. O desvario neoliberal apodera-se de tudo e de todos. Corpos e mentes obedecem docilmente.

E no silêncio grande das favelas e dos becos, surgem novos e novos famintos e bandidos; do mesmo modo que, no silêncio dos grandes escritórios de Wall Street, algum sorriso sarcástico comemora. A crise é só um susto para a síndrome de Tio Patinhas.
Emanoel Barreto

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