Caros Amigos,
A Folha Online está divulgando o seguinte:
Saem em outubro, pela IDW, as biografias em quadrinhos de Barack Obama e John McCain. Terão 23 páginas cada uma (a de Ronald Reagan tinha 110) e serão escritas por, respectivamente, Jeff Mariotte e Andy Helfer e desenhos de Tom Morgan e Stephen Thompson. As ilustrações das capas são de J. Scott Campbell (Gen13, Danger Girl).
--- O americano soube, como nenhum outro povo, criar auto-representações que louvam e eternizam na efemeridade do presente seus heróis e seus mitos. Não sabia da prática de quadrinizar seus candidatos a presidente da república, mas agora vejo que até nisso eles sabem como fazê-los "super".
Numa clara alusão ao Super-Homem, os candidatos são apresentados numa atitude desafiadora e olímpica, forte e altaneira. Por implicação, reúnem todos os atributos do herói e reenfatizam o sonho americano. Observem que as imagens colocam quem as vê em situação de inferioridade, sugerindo que as figuras impávidas estão acima e além daqueles que, reverentes, as vêem como símbolos perfeitos da figura presidencial, que lá é uma espécie de entidade que tem vida própria, somente mudando de corpo de tempos em tempos.
Eles olham para a frente, para o futuro, um futuro que lhes cabe construir, deixando atrás um passado de vitórias, escombros e escolhos, resultado da sua atuação como líderes do mundo. A figura de Obama está mais séria, olhar duro; a de McCain traz um sorriso triunfante e cheio de si.
Em ambas, a unicidade da utopia americana: dominar, vencer, realizar-se; realizar os outros segundo suas intenções e propósitos; enfim, colocar os Estados Unidos na situação de condutores do mundo. Os que estão abaixo são a periferia; os que estão abaixo, ficam como os gladiadores que diziam ao entrar na arena: "Ave, César; os que vão morrer te saúdam."
Emanoel Barreto
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