Caros Amigos,
A imperatividade dos controladores de meios de comunicação eletrônica, leia-se TV aberta ou por assinatura, é para eles como um tesouro. Isso porque, na ponta do processo, estão os telespectadores, a audiência, que é vendida aos anunciantes. Os donos das TVs pagas estão se mobilizando contra a projeto de lei que as obriga a veicular programação nacional e produção independente.
A intenção da lei, seu espírito diriam os juristas, é enovelar ao material que vem dos EUA alguma coisa que esteja mais próxima de nós, tropicais. É a tentativa de permitir o acesso a paisagens e tipos humanos, situações e coisas que de alguma forma reflitam nossa realidade.
Já notou que muitos comerciais brasileiros estão adaptados a cenários para parecer que tudo foi feito nos Estados Unidos? Não? Pois preste atenção e verá. É surrealista: tudo para vender um produto a brasileiros, mas a paisagem urbana é... americana.
Posicionando-se contra o projeto, a Associação Brasileira das TVs por Assinatura (ABTA) colocou no ar uma campanha de descredibilização.
A campanha, ardilosamente, diz que estão querendo decidir o que nós vamos ver. Como se isso já não fosse uma realidade. Quantas vezes você já escolheu, escolheu mesmo, o que quer ver numa TV paga? Ou mesmo na TV aberta? Você "escolhe" a partir do cardápio, vamos dizer assim, que a emissora automaticamente lhe apresenta. A escolha é somente a mudança de canal. Nada mais.
A imposição de mídia é um processo poderosíssimo, complexo e mobiliza interesses. Muitos deles não muito nobres. Acho que vale a pena esse projeto ser aprovado. Afinal, o Brasil precisa se reconhecer na TV. Não apenas ver o pessoal do CSI.
Emanoel Barreto
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