As coisas de jornal de todo o mundo prestam reverência à nominação de Barack Obama como candidato dos Democratas à presidência dos Estados Unidos, país cujo nome é sinônimo de poder.
Uma das definições mais simples e mais objetivas de poder é aquela que diz: poder é a capacidade que alguém, um grupo, uma instituição, têm de impor-se aos demais.
Os Estados Unidos são de tal forma poderosos que a maré montante Obama, que já se prenuncia como uma perspectiva de poder, consegue que jornais em todo o mundo acompanhem com grande ênfase o decorrer de suas campanhas eleitorais à presidência. É que todos, sabem de alguma forma, que os destinos do mundo estarão sendo decididos pelos próximos quatro ou oito anos seguintes. Senão mais, em função de como o mandatário americano dirija sua política externa e sua economia.
O poder tem algo mais a dizer-se a seu respeito: impõe-se pela simples possibilidade de vir a ser exercido mediante a força. Pessoas e povos curvam-se ante o poder à simples possibilidade de que venha a movimentar sua máquina punitiva. O poder existe potencialmente. É isso que faz dele uma entidade invisível, intangível, incorpórea, mas potente.
O poder também resulta da crença que nele se tem, e na submissão que daí resulta. Obama está surfando numa onda de prestígio - ou de perplexidade para muitos - lá e no restante do mundo, pelo fato de que é negro, tem origens muçulmanas e até seu nome é parecido com o do inimigo número um dos Estados Unidos, Osama.
Levou de roldão todas as expectativas em contrário e, ao que parece, tudo se une para que ele seja o sucessor de Bush. A sociedade americana branca, anglo-saxã, que escolheu um negro para disputar o poder, é a mesma, diga-se, que eliminou Martin Luther King. Historicamente, isso foi ontem.
Agora, o paradoxo: o negro se encaminha firmemente para a Casa... Branca. O mundo dá muitas voltas. E os senhores aplaudem aqueles a quem haviam subjgado.
Emanoel Barreto
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