sábado, 31 de maio de 2008

O corcel negro, a morte e o amor

Caros Amigos,
Deixo vocês com Antero de Quental.
Nada comento,
pois em não dizendo,
muito se diz nos traços do poema.
Emanoel Barreto

Mors-amor
Esse negro corcel, cujas passadas

Escuto em sonhos, quando a sombra desce,
E, passando a galope, me aparece
Da noite nas fantásticas estradas,

Donde vem ele?
Que regiões sagradas
E terríveis cruzou, que assim parece
Tenebroso e sublime, e lhe estremece
Não sei que horror nas crinas agitadas?

Um cavaleiro de expressão potente,
Formidável mas plácido no porte,
Vestido de armadura reluzente,
Cavalga a fera estranha sem temor:


E o corcel negro diz «Eu sou a morte»,
Responde o cavaleiro: «Eu sou o Amor».

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