sexta-feira, 13 de junho de 2008

A Melancia e a opereta bufa

Caras Amigas,
Caros Amigos,
A dançarina Andressa Soares, que tornou-se mais conhecida como Mulher Melancia, está batendo recorde de vendas da "Playboy". A indústria cultural sempre se utilizou do corpo feminino para alavancar vendas; desde cerveja a automóveis, de roupas a produtos de beleza. As chamadas revistas masculinas, que tratam a mulher como produto, matéria-prima de seu conteúdo, quando é preciso apelam para a vulgaridade e a nudez chula.

O exemplo mais forte é o de Melancia, uma jovem de beleza, digamos, burlesca; algo grosseira e muito bufa. Vulgar e gravemente espalhafatosa, Melancia já anunciou que compôs uma certamente bela canção, intitulada "Baba, cachorrão". Em seus shows, o hit será grande sucesso, convenhamos.

Vivemos, nos meios de comunicação voltados para consumo de massa, especialmente aqueles que se voltam para entretenimento, uma fase de muita grosseria, baixeza; uma realidade de mídia caricata e que atende a um público tipo senso comum. As TVs de todo o mundo exploram esse tipo de atração e têm em troca grande audiência, que é vendida aos anunciantes. Faustão que o diga.

O ser humano, como na Playboy, como em todo o sistema da indústria cultural, é usado como elemento de venda, mirando o mercado que absorve esse tipo de material. Ao que parece, é uma tendência em toda a TV aberta, com repercussões na mídia impressa e, também na net. Essa repercussão se dá mediante comentários críticos ou em aplausos e incentivo a tais produções.

Fala-se que tudo é um esquema, um sistema: as TVs abertas aderem abertamente ao mau gosto, obrigando o público de maior poder aquisitivo a comprar programação a cabo. Isso em nível mundial. Faz sentido, faz sentido.

No mais, ao Brasil, minhas comiserações. A divulgação de Melancia servirá para consolidar ainda mais nossa imagem de país de orgias, uma terra de bacantes, de mulheres fáceis e semi-nuas - ou nuas mesmo - a dançar e a cantar por aí. Talvez sejamos mesmo uma opereta bufa.
Emanoel Barreto

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