quarta-feira, 28 de maio de 2008

Os trinta dinheiros: quando o lucro é imoral

Caros Amigos,
Recebi o texto abaixo, que trata do degelo do Ártico. Redigido em estilo jornalístico é frio, objetivo, não emite juízos de valor. Entretanto, em seu subtexto, nas entrelinhas, diriam outros, encontrei todo um libelo: como é que homens, líderes ou representantes nacionais, ao invés de estar preocupados com o degelo, reunem-se na verdade para tomar providências prévias a essa catástrofe planetária, com o único objetivo de garantir... dinheiro?


Esse é o retrato mais puro, ou melhor, impuro, da depravação ética a que a humanidade chegou; a destruição do nosso mundo será levada adiante, mesmo que isso signifique o apocalipse. É irracional mas é verdade: os homens sabem o que virá; mas, antes, que lhes sejam dadas as trinta moedas do capitalismo demencial.
Emanoel Barreto

Segue o texto:
Depois do degelo, a exploração: a quem pertence o Ártico?

Países vizinhos do Ártico discutem na Groenlândia divisão territorial do continente. Devido às mudanças climáticas, rápido degelo da região polar pode abrir caminho para exploração comercial de suas reservas minerais.

Os cinco países vizinhos do continente Ártico - Rússia, Canadá, EUA, Dinamarca e Noruega - realizaram conferência na cidade groenlandesa de Ilulissat, nesta terça e quarta-feira, para discutir as controversas pretensões territoriais na região polar. Embora autônoma, a Groenlândia é parte do Reino da Dinamarca.

Isto explica a vizinhança dinamarquesa do Ártico, cujo degelo ocorre mais rapidamente do que previsto nos modelos das mudanças climáticas. O aquecimento global permitiria uma prospecção mais fácil das reservas minerais da região polar.

Cientistas americanos calculam que nela se encontra um quarto das reservas mundiais de petróleo e gás natural. No Ártico, não existe terra. Há somente gelo e água. A conferência na Groenlândia pretende discutir a quem pertence esta água gelada, que segundo prognósticos do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) poderá, até o final deste século, derreter durante o verão polar.

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