segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Os traficantes e a ação do Bope

Caros Amigos,
O filme Tropa de Elite, que já é sucesso em dez de cada dez bancas de camelôs do País, pode virar série na Globo. É o que dizem as coisas de jornal. Ao que li, a obra trata de um policial, o capital Nascimento, rígido comandante de um grupo de militares do Batalhão de Operações Policiais Especiais-Bope, em rigorosa - entenda-se implacável - ação contra bandidos, quando não tem limites para reprimir o tráfico no Rio de Janeiro.

A obra, ao que entendi, trata de uma brutal e diária realidade brasileira, cujos desdobramentos históricos não são levados a sério pelo Estado, que limita sua presença à repressão e se omite de uma ação firme em favor do social. Não digo que a presença da polícia contra os criminosos deva esmorecer. Mas é preciso que haja uma grande reforma de mentalidade de Estado, sentido histórico do que está acontecendo, a fim de que se tente reverter ou mitigar o problema.

Em um mundo onde valores e comportamentos estão em crise, deveria haver um ação ampla, um governo que atacasse de frente o problema em toda a sua extensão sócio-criminal. Senão, em muito pouco tempo este País estará vivendo um caos tamanho que certamente não será possível reverter.

Junte-se a isso o fato de que a sociedade, de alguma forma legitima o tráfico no instante mesmo adquire a mercadoria dos traficantes.

A esfera pública, em algumas de suas parcelas, valida a droga como elemento componente de um estilo de vida. Grandes criminosos internacionais vêm ao Brasil implantar seus esquemas de distribuição e fazem fortuna. A Polícia Federal tem uma atuação exemplar, mas não é o suficiente: essas partes da sociedade que consomem drogas aprovam a presença do traficante. É uma lagitimação transversa, mas é de alguma forma um discurso de disrupção, um afrontamento.

Mas eu estava falando do Bope. Aguardo o lançamento do filme. Creio que dá bem uma idéia do grande problema que temos nas mãos.
Emanoel Barreto

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