segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Um tolo chamado Zottolo

Caros Amigos,
O velho e lamentável preconceito contra o povo nordestino volta à cena, com declarações do presidente da Phillips do Brasil, Paulo Zottolo. Para ele, "se o Piauí deixasse de existir, ninguém ficaria chateado por isso." Como houve um vigoroso repúdio à atitude no mínimo insana, Zotollo percebeu sua tolice e, pressionado a pedir desculpas pelo Governo do Estado, o fez publicamente em jornais e outros veículos com circulação no Piauí.

Desconheço o contexto em que a decclaração foi feita, mas esta revela como muitos brasileiros não-nordestinos vêem a nossa região, a vida do nosso povo, nossos valores e cultura.

Há uma imagem estereotipada do Nordeste como uma espécie de povoamento de pessoas levadas à indigência pela seca, padecentes de todos os sofrimentos que a terra queimada nos dá. Não se vê, como lembrou Euclides da Cunha, que o Nordestino é antes de tudo um forte. Somente um povo como o nosso, historicamente adaptado a conviver com as duras realidades da caatinga, conseguiria continuar a viver, com coragem e até mesmo com alegria.

Claro que Zottolo não fez o pedido de desculpas porque mudou de idéia de repente. Em Teresina houve protestos e foram quebrados produtos da marca Philips, em demonstração de repúdio. O que ele temia mesmo era uma retração nas vendas da sua empresa naquele estado.

Esse pessoal do dinheiro sofre da Síndrome do Tio Patinhas: não pode ver, sequer pensar, que em sua mala, em sua conta de lucros, está havendo qualquer índice de redução. Não: eles amam dinheiro, querem dinheiro, vivem para nadar em dinheiro.

Zottolo é, a meu juízo, um homem digno de pena. Vive só para ganhar dinheiro, o que, convenhamos, não é projeto de vida para quem se pretenda gente. Viver só para o dinheiro? Minhas comiserações.
Ah! Sim, um detalhe: a Phillips não é do Brasil. Pelo que sei, é dos holandeses...
Emanoel Barreto

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