terça-feira, 21 de agosto de 2007

Ele voltou. Sim... e daí?

Caros Amigos,
A Folha de S. Paulo, em jornalismo reverente, divulga no caderno Ilustrada a volta de William Bonner à apresentação do Jornal Nacional e lembra - importantíssimo -, que há algum tempo Fátima Bernardes afastou-se do programa, entre um bloco e outro, devido a uma labirintite. Oh......

Ele estava afastado por causa de dores lombares e foi submetido a tratamento.

Isso mostra como o JN tornou-se, até mesmo para o jornalismo, uma espécie de ícone da comunicação de massa neste país. Por que a volta de um jornalista a seu local de trabalho merece tal destaque? Comentei há uns dias a respeito da morte de Joel Silveira, cujo perfil, bem superior ao de Bonner, não ganhou qualquer relevância de mídia.

Então, por que a volta do jornalista da Globo recebeu exposição? Por uma fator muito simples, o JN naturalizou-se como o mais importante telejornalismo do País, e tornou-se alvo de fascínio e atenções, Foi glamourizado pela Globo e ganhou, na verdade, feição de um show. É um jornal que não se indigna com nenhum problema nacional, não demonstra repúdio às injustiças que diariamente o povo brasileiro sofre.

Às vezes, Arnaldo Jabor aparece, fazendo uns comentários à guisa de editorial, que mais se parecem com as coisas do Casseta e Planeta. É mais uma ação satírica, humorística, que postura editorial: séria e, se preciso, ferina; atingindo o ponto a ser denunciado.

Não, não, não. Não tem qualquer importância a volta de Bonner ao JN. Se ele estava com dores nas costas, fez muito bem em se afastar para tratamento. No mais, é preciso entender que o Jornal Nacional não têm ancoragem, como estão dizendo por aí.

Um âncora comenta, explica, analisa, interpreta e apresenta de alguma forma a voz social que ele supõe representar. Bonner não comenta nada. Ele só apresenta o JN. O resto é show.
Emanoel Barreto

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