quarta-feira, 18 de julho de 2007

O avião que explodiu em dores

Caros Amigos,
A tragédia de São Paulo mostra o quanto é insana e desvairada, gauche e imponderável essa louca vida, paradoxalmente breve e sutil maravilha, que em seu destino de vida se transforma em caos e pavor.

As coisas de jornal informam, já com mais detalhes, o horror de São Paulo, um horror que atingiu a todos nós, em cada recanto mais escondido destes brasis de asfalto e rincões perdidos em vastidões tão largas, tão largas que podem abraçar todas as eternidades.

Aquelas pessoas vinham em viagem tranqüila, esperando chegar. De repente, o destino, fado, sina ou acidente, como se queira, aparece e puxa as cortinas da tragédia, abrindo o palco amargo dos horrores a todos que estavam ali dentro.

E então o ser humano, em sua condição mais desesperadora, viu-se frente a frente com o espanto, o terror circulando nas veias, olhos olhando a morte amordaçando a vida.

Vida presa na fornalha daqueles instantes. O Brasil está perplexo com o pior acidente de avião de sua história. E o público das coisas de jornal tornou-se, de alguma forma, uma família. Todos nós, de alguma forma, perdemos alguém naquele avião que derrapou e explodiu em dores.
Emanoel Barreto

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