segunda-feira, 6 de novembro de 2006

Lunação, um poema, um enigma

O jornalista e poeta Walter Medeiros envia o enigmático "Lunação". Um enigma que não devora: alerta - tudo é mesmo um complexo amplexo. Segue:

A hora ficou estática
Com a falácia artística
Que nem era nada mística
Ou questão de matemática.

Foi uma coisa tão prática
Uma posição política
Pretensamente analítica
Mas de forma tão enfática.

Em meio a tanta temática
Numa ocasião fatídica
Nada de zona onírica
Resultando-se apática.

Só podia ser galática
Sem uma margem profética
Era triste, esquelética,
Saudade de era bombástica.

Virou uma noite cáustica
Para uma gente famélica
Sem natureza Angélica
Ou de uma história náutica.

Ante noite emblemática
A gente ainda cética
Se perde até na estética
De aparência lunática.

E o tempo sorumbático
Deixa só um tom patético
Num meio pouco poético
Que descortina dramático.

Sombras de delírio fático
Alucinação tão bélica
Vida de base lotérica
Um azar não esporádico.

Acham até dogmático
Porém é pouco idílica
Longe de ter face lírica
Nada sinalagmático.

Toda essa sintomática
Fere a questão científica
Mas a razão magnífica
Dirá que faça um sabático

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