segunda-feira, 16 de outubro de 2006

Uma coisa é fim de carreira, outra é dacadência vestida de vaidade

Nada entendo de futebol, até mesmo perdi o interesse em qualquer jogo da Seleção, desde que compreendi que a equipe hoje não mais representa aquela idéia antiga que Nelson Rodrigues falava, de ser a Seleção "a Pátria de chuteiras".

Hoje, o que se tem é um grupo de mercenários midiatizados, vendidos a peso de ouro a multinacionais do esporte: os clubes europeus e as empresas que produzem material esportivo.

Mas, na verdade o que quero dizer tem a ver com Romário, o chamado Baixinho, que tantas alegrias deu à torcida do Flamengo. Romário bem que tentou, mas jamais chegou a ser um pelé. Agora, quando descobre que desce a rampa da vida, rampa que levará a todos nós a um ocaso, busca desesperadamente chegar aos mil gols, a marca final da glamorosa carreira de Pelé.

Pelo que li, parece que vai ser contratado por um timeco não sei bem de onde, aqui no Brasil, e agora foi chamado a disputar na Austrália um final de campeonato. Na notícia está dito que ele promete "muitos gols".

Vou agora para uma questão mais a aberta: a questão de sabermos quando devemos parar. O ser humano precisa compreender que as coisas são impermanentes. O tempo passa e, com ele, o homem. Se você descobre que algo plajenado tornou-se impossível de ser atingido, deve descobrir outras motivações e, literalmente, sair de campo, coisa que o craque parece não haver compreendido.

É uma pena. Melhor seria haver pendurado as chuteiras quando as glórias ainda o cercavam, do que atirar-se a um jogo em que, mesmo vindo a completar os mil gols, já não mais terá o sabor juvenil da vitória final alcançada em pleno vigor.

Nenhum comentário: