sexta-feira, 20 de outubro de 2006

Entre o estúdio e a realidade da presidência da República

Enquanto as pesquisas prenunciam a vitória de Lula, prossegue o ciclo, melhor diria o circo dos debates, onde os atores políticos procuram se apresentar segundo o melhor figurino, aquele perfil que efetivamente atenda àquilo que chamamos de cidadania.

Alckmin, no SBT, desvestiu a armadura de candidato combativo e adotou uma postura mais compatível com sua imagem histórica. Com isso, passou a idéia de que aquele comportamento agressivo na TV Band fora apenas o cumprimento de um papel que lhe fossa passado pelo seu marketing. Ninguém muda de personalidade. E isso até mesmo o senso comum sabe.

A farmácia magistral de Alckmin falhou ao tentar impor ao candidato uma figura que não se adéqua à sua essência enquanto pessoa. Lula, que esteve sempre mais próximo do seu perfil histórico - com seu discurso de que trabalha sempre pelos pobres - apelou para a ironia, para olhar de forma olímpica e do alto para o adversário que aparenta despencar, segundo o que os jornais dizem com a publicação das pesquisas de intenção de votos.

Mas, ninguém se engane: ambos estão apenas interpretando papéis. Da cenografia dos debates ao gabinete presidencial a distância é grande. As vivências dos candidatos em estúdio são bem diversas daquilo que é vivido por um presidente da República.

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