segunda-feira, 11 de setembro de 2006

Nem Nova Iorque, nem Hiroshima, nem Nagasaki

"Creio que estamos num caminho
irreversível para mais liberdade e democracia.
Mas as coisas poderão mudar."
Presidente George Bush

Os Estados Unidos relembram hoje a tragédia do 11 de setembro de 2001, quando Nova Iorque sofreu pesadamente, tal qual num daqueles filmes em que criaturas como o King Kong promovem detruição e morte, pavor para todos os lados.

O ataque de Osama bin Laden às Torres Gêmeas e ao Pentágono foi um terrível, brutal discurso à sociedade americana, dizendo-lhe até que ponto a violência anti-americana poderá ser acionada.

A semiologia da morte, o texto da intimidação, a manchete de terror gritada em milhões de bocas em todo o mundo, que assistiu pela TV, ao vivo, à queda das Torres Gêmeas, foi uma espécie de telejornalismo pós-moderno, quando a hecatombe chega e traga a todos que a assistem.

Ali não havia telespectadores: em qualquer parte do mundo, quem quer que assistisse o espetáculo da barbárie, era uma vítima também.

Houve ali, pelo efeito-resposta à presença americana no mundo, à forma como se dá essa presença, a globalização da violência. Repartiu-se a dor de forma a atingir a todos os americanos, seja em seus corpos, seja em suas mentes.

O discurso de Osama ofendeu a um sentimento coletivo muito forte aos americanos: seu patriotismo; a Pátria-Mãe foi atingida em sua intimidade, penetrada fundo em seu território de afetos e patrimônio simbólico.

Espera-se que a brutalidade não se repita. Como também se espera que não se repitam Hiroshima e Nagasaki. Nunca mais. Em nenhuma parte do mundo.

2 comentários:

Paula Barbosa disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
Paula Barbosa disse...

Eu até escrevi no meu blog sobre o dia de hoje. Lembram mais do WTC do que do Japão. Na verdade, somos controlados pelo patriotismo americano, e isso é quase sem notarmos.