quarta-feira, 12 de abril de 2006

A voz das ruas

"O Brasil não é para principiantes."
(Tom Jobim)


A recente prisão de Suzane Richthofen, menos que atender a um imperativo de legalidade, a partir de uma suposta base moral que rege a formulação das leis, atendeu muito mais ao clamor social que se espalhou pelo País, ao se constatar, pela imprensa e pela TV Globo, que a assassina de seus próprios pais era, ao invés de uma jovem de estrutura emocional frágil, na verdade uma personagem fria e cruel. Tanto, que havia participado do matricídio e parricídio.

Na verdade, não havia mais o que constatar. Ela confessara o crime e sua particiação. Errou a Justiça ao permitir a sua libertação. Mas o enfoque que quero dar não vai na direção do questionamento da Justiça, unicamente; sim no encaminhamento do quanto a pressão da imprensa, respaldada pela opinião pública pode, em um determinado instante, direcionar o norte dos acontecimentos.

O quê ocorreu, então? Com o flagrante, com o desmonte da farsa, o Judiciário caiu em si: jamais deveria ter libertado a jovem Suzane. Uma espécie de vergonha social varreu certamente o aparelho da justiça. Afinal atendeu-se à voz das ruas, que jamais aceitou tal libertação, e a ordem liberatória foi revogada.

Vendo um caso como o de Suzane Richthofen, endende-se facilmente porque Tom Jobim dizia que o Brasil não é para principiantes.


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