Quando a polícia precisa de cadeia
A
desordem que a Polícia Militar do Espírito Santo vem promovendo em Vitória com
sua omissão de cumprimento do dever não é apenas fato pontual; da mesma forma, também não é tão-somente
falta de pulso e de autoridade do governador Paulo Hartung; trata-se de questão
mais profunda, algo estrutural e diz respeito a todo o país: o abandono da
segurança pública pelos governos.
Quanto ao
fato em si, a pusilanimidade do governador é incontestável. A solução: os líderes
do movimento deveriam ser presos pelas Forças Armadas e, em seguida, expulsos
da tropa. Quem se mantivesse irredutível e aquartelado deveria seguir o mesmo
caminho. Simples assim.
Mas, com
relação ao aspecto macro da segurança pública o que temos é a constatação de
que esta nunca foi levada a sério.
Nunca houve
dinheiro suficiente para aparelhar e pagar condignamente as polícias civil ou militar. Da mesma forma há mau aparelhamento em viaturas e armas.
Isso porque
as verbas têm destinação como construção de estádios de futebol portentosos e desnecessários,
realização de Copa do Mundo e Olimpíada, além, claro de desvio de dinheiro para
o bolso de corruptos.
Tal situação,
que se alastra pelos campos da saúde e educação, obras e viação, resulta de uma
mentalidade que entende o Estado como coisa, como um algo, um patrimônio,
propriedade de homens oriundos das elites política e empresarial e que assim
deve ser usado.
É o
chamado patrimonialismo.
Então,
quando o problema chega a situações-limite, temos casos como o da PM do
Espírito Santo: a tropa quebra os preceitos essenciais de disciplina e
hierarquia a faz o que quer sem que haja comando suficientemente enérgico para
punir exemplarmente os aquartelados.
Têm razão
em pedir aumento; mas nada lhes garante o direito de, em associação branca com
os criminosos, permitir que os cidadãos fiquem à mercê de grupos de bandidos.
Espero que
tal situação não contamine a PM do Rio Grande do Norte. Mas, se vier a
ocorrer, desejo que o governador Robinson Faria puna com rapidez fulminante os
rebelados.
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