quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

Desordem no Espírito Santo



Quando a polícia precisa de cadeia

A desordem que a Polícia Militar do Espírito Santo vem promovendo em Vitória com sua omissão de cumprimento do dever não é apenas fato pontual; da mesma forma, também não é tão-somente falta de pulso e de autoridade do governador Paulo Hartung; trata-se de questão mais profunda, algo estrutural e diz respeito a todo o país: o abandono da segurança pública pelos governos.
Quanto ao fato em si, a pusilanimidade do governador é  incontestável. A solução: os líderes do movimento deveriam ser presos pelas Forças Armadas e, em seguida, expulsos da tropa. Quem se mantivesse irredutível e aquartelado deveria seguir o mesmo caminho. Simples assim.
Mas, com relação ao aspecto macro da segurança pública o que temos é a constatação de que esta nunca foi levada a sério.
Nunca houve dinheiro suficiente para aparelhar e pagar condignamente as polícias civil ou militar. Da mesma forma há mau aparelhamento em viaturas e armas.
Isso porque as verbas têm destinação como construção de estádios de futebol portentosos e desnecessários, realização de Copa do Mundo e Olimpíada, além, claro de desvio de dinheiro para o bolso de corruptos.
Tal situação, que se alastra pelos campos da saúde e educação, obras e viação, resulta de uma mentalidade que entende o Estado como coisa, como um algo, um patrimônio, propriedade de homens oriundos das elites política e empresarial e que assim deve ser usado.
É o chamado patrimonialismo.
Então, quando o problema chega a situações-limite, temos casos como o da PM do Espírito Santo: a tropa quebra os preceitos essenciais de disciplina e hierarquia a faz o que quer sem que haja comando suficientemente enérgico para punir exemplarmente os aquartelados.
Têm razão em pedir aumento; mas nada lhes garante o direito de, em associação branca com os criminosos, permitir que os cidadãos fiquem à mercê de grupos de bandidos.
Espero que tal situação não contamine a PM do Rio Grande do Norte. Mas, se vier a ocorrer, desejo que o governador Robinson Faria puna com rapidez fulminante os rebelados.


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