A
farsa de Temer, o medo do bandido e Abraham Lincoln
Utilizo-me
da
apurada foto de Marlene Bergamo/Folhapress para, a partir dela, estabelecer um
processo metafórico com relação ao povo brasileiro.
A gente também está com medo de Temer
e Cia. virem aqui, arrebentar a porta de nossas vidas e acabar com todo mundo.
A gente está com medo do que esse
governo ainda fará para destroçar as nossas famílias, acabar com as nossas
esperanças, aniquilar o futuro de nossos filhos e filhas, netos e netas.
A situação sistêmica de corrupção
e inoperância dos governos esgotou o limite do inaceitável, e quando isso
ocorre temos o que se chama de crise, que nada mais é que a falência de um
determinado modelo.
Então, vêm a público as indecências,
as incontinências morais e licenças todas as licenças que mandatários e mandões
de todos os tipos e escalões vinham perpetrando. Mais que isso, ficam expostas
as consequências de sua indignidade, improbidade, crimes e transgressões.
E as consequências estão no
sangue derramado, na fome, na lama, mar de lama a que este país foi atirado.
No caso brasileiro temos as
elites políticas, empresariais, funcionais e judiciárias habitando o melhor dos
mundos, enquanto o chamado homem comum amarga situação histórica de desespero e
falta de perspectivas: ônibus lotados, filas em portas de hospitais, falta de
escolas, insegurança, brutalidade, ausência do Estado aonde deveria estar
presente.
As elites, a par disso, contam
ainda com a corrupção endêmica e institucionalizada e disso tiram muito
proveito. Não podemos nos enganar: a Operação Lavajato não será suficiente para
riscar a corrupção no Brasil.
Por um fato muito simples: porque
cumpre papel judicial, mas também finalidade política. Ou seja: mesmo
admitindo-se as terríveis falhas de membros do PT, não é sensato crer que
somente aquelas pessoas sejam corruptas.
Ao que parece, a
quem vê os fatos com isenção, o PSDB tem sido ciosamente preservado, mesmo
tendo membros seus mencionados. Daí porque é admissível que a Lavajato tenha,
de alguma forma, sido parte do golpe que depôs a presidente Dilma Rousseff.
Assim, a foto publicada pela edição
de hoje da Folha é, para mim, visão do que seja o brasileiro: acuado por
criminosos comuns, ameaçado por um governo que quer perpetuar e perpetrar ações
cuja finalidade última será a esticar ilimitadamente a crise.
Nenhuma
farsa
pode ser alimentar de si mesma indefinidamente. Lembrando Abraham Lincoln,
segundo assertiva a ele atribuída: “Pode-se enganar a alguns por algum tempo; pode-se
enganar a todos por muito tempo; mas não se pode enganar a todos todo o tempo.”
Creio que esse tempo se esgotou. Até
o bandido da foto sabe disso.
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A publicidade era assim
Simplicidade e eficiência na formulação da mensagem. O velho truque.
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