“Meu filho, estude para ser ladrão.”
Para que tivesse potência e força brutais,
a estonteante crise que domina o país teve nas entranhas onde foi gestada muito
mais que a presença de agentes do estado – políticos de alto escalão e
funcionários graúdos e desonestos.
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Houve
mais que isso, houve a presença e participação do grande empresariado nacional.
Sem eles o descalabro não teria acontecido. Ou seria bem menor.
Mas isso, tal participação
decisiva e vital, não é destacada nos noticiários: o fato de que foram eles, os
grandes empresários – que agora estão repatriando seus dinheiros sujos antes
entocados em bancos no exterior –, quem atuou de forma decisiva para levar o
país ao descalabro.
Foi a
fome do lucro desonesto, a ganância de tais pessoas que açulou os ânimos dos
políticos e funcionários corruptos. Tudo isso deu no que deu: o país fazendo
água, a tempestade perfeita.
Mas a conta foi repassada ao povo,
aos que literalmente gemem nos leitos de hospitais públicos, choram a morte de
familiares atacados por bandidos ou lamentam a escola que o filho não tem. E a
chibata vai estalar por vinte anos.
Então,
OK. Diz o noticiário que Cunha está ameaçando o governo Temer caso mulher e
filhos sejam punidos por participar da comilança.
OK.
Temer faz salamaleques para alcovitar o PSDB, seu aliado-verdugo.
Ok.
Temos um show, uma sociedade do espetáculo onde se encena o destino nacional.
OK. Aparentemente
não temos a quem chamar para a salvação nacional.
OK.
Mas o dia a realidade vai se impor. Não sei se com uma solução política pelo
menos bem intencionada. O que temo é que nas ruas todos estejam dizendo: “Quero
ser como um deles. Quero ser ladrão. Meu filho, estude para ser ladrão!”
Imagem: https://www.google.com.br/search?q=bandidos+de+colarinho+branco&client=firefox-b&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwjX0uitl4rQAhXJFZAKHZnhDVMQ_AUICCgB&biw=1920&bih=922#imgrc=u7eFHNTuIkXJAM%3A
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A
coluna Painel, publicada na Folha sob assinatura da jornalista Natuza Nery, publicou:
Evangélicos
pedem ajuda do governo para conseguir financiar construção de templos
Em nome da fé Líderes
evangélicos pediram que o governo Temer faça a interlocução com bancos públicos
e privados para que as igrejas consigam linhas de financiamento para a
construção de templos.
“Queremos ser tratadas como clientes comuns, sem
preconceitos nem privilégios”, diz o bispo Robson Rodovalho, presidente da Confederação
dos Conselhos de Pastores do Brasil e fundador da Sara Nossa Terra. Hoje, diz,
quando tentam pegar empréstimos, as instituições não aceitam.
Aqui se paga A
demanda de Rodovalho é que o governo ajude na articulação com os conselhos de
administração dos bancos. “Ainda não se tem confiança na igreja como cliente.
Apresentamos nosso patrimônio como garantia e não aceitam.”
Confessionário O bispo
da Sara Nossa Terra, que tem cerca de 3 milhões de fiéis, discutiu o pleito com
o presidente Michel Temer e com o ministro Henrique Meirelles (Fazenda), em
julho, ainda durante o governo interino.
O pedido do bispo Rodovalho –nome esquisito,
não? – é tão estranho quando o seu estrambótico nome. Como se justificam interferências
oficiais a favor de igrejas? Governos são laicos por definição; a não ser casos
como o do lamentável Irã, que é uma república islâmica e, portanto, um estado teocrático.
Claro que uma
igreja, como instituição, tem direito a contrair – e pagar! – empréstimos. Mas,
daí a querer que autoridades intervenham a seu favor fica muito esquisito.
Afora o fato do
pedido dessa cavilação política, interveniência indébita e desnecessária, fica
bastante claro: se isso vier a se configurar que terá havido tráfico de
influência.
Espero que, em
nome de Deus, isso não aconteça.
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Prefeito quer parcelar
salários
Já
o prefeito de Natal, Carlos Eduardo, pensa em pagar em três vezes os salários
do funcionalismo. Segundo Tribuna do Norte o prefeito afirmou: “Estamos
estudando o parcelamento proporcional a quem ganha acima de R$ 2 mil até o mais
alto salário.”
O
jornal afirma ainda: “o gestor disse que essa decisão não foi tomada, ainda, e,
se for o caso, o servidor ‘pode receber 30% no primeiro decênio deste mês, mais
40% em mais dez dias e o restante no último decênio do mês.’”
Uma
observação: além do fato lamentável da segmentação salarial, há, creio uma terrível
falha no uso do substantivo masculino decênio: esta palavra não diz respeito a
dez dias, mas a dez anos.
Sou levado a
supor que houve falha de digitação e, ao invés de dezena, grafou-se decênio.
Outra coisa: já
pensou se os bandidos que roubaram o carro do prefeito, o carro oficial,
resolverem devolvê-lo aos pedaços? Primeiro os pneus, depois as portas, depois
o volante, os bancos, etc..., etc...etc...?
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