terça-feira, 1 de novembro de 2016

Excesso de partidos, praga nacional



 A lei que pode varrer o lixo partidário


Leio no Globo importante registro a respeito da última eleição municipal. No lead diz a matéria: “RIO — Levantamento do GLOBO mostra que, se estas eleições para prefeito fossem o critério para o cumprimento da cláusula de desempenho dos partidos, em discussão no projeto de reforma política que tramita no Congresso, 26 dos 35 partidos existentes não atenderiam aos requisitos. Assim, 75% das siglas registradas na Justiça Eleitoral perderiam acesso ao Fundo Partidário e ao tempo de rádio e TV, o que, na opinião de analistas, ameaçaria sua sobrevivência. Manteriam, porém, o direito de lançar candidatos.” 

Diz ainda o jornal: “A adoção da cláusula de barreira é tema da proposta de emenda constitucional (PEC) 36/2016, aprovada em setembro na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado. O texto que tramita no Congresso usa como metodologia de cálculo a eleição para deputado federal em 2014, quando houve 7.137 candidatos.”

O registro tem importância na medida mesma em que destaca problema de gravidade na política brasileira: o excesso de partidos, muitos deles com existência voltada unicamente para o Fundo Partidário, sustentáculo político e pessoal de seus literalmente proprietários. 

Seria importantíssimo que dos 35 partidos ora abrigados pela legislação somente ficassem aqueles com efetiva representatividade. Seria passo importante para acabar com excrescências; por exemplo, o facinoroso centrão, núcleo duro que concentra o que há de pior na vida pública brasileira: negocistas de mandatos e emendas provisórias, dinheiros e cargos, prebendas e luxos.

Ora, se um partido sequer consegue dois por cento de votos válidos em todo o território nacional significa que não tem raízes, fundações sociais que o ancorem ao sistema político- eleitoral. Assim, nada justifica a sua existência uma vez que não tem legitimidade e não a tem por não ter representatividade.

A cláusula de barreira pode vir a ser elemento importante para o necessário, mas lento, processo de moralização da política brasileira.
Nossa múltipla realidade, nossa condição de país complexo e cheio de contendas pode ser uma trava ao processo de reforma política. Até mesmo pelo fato de que serão os políticos que, querendo, a farão. 

E não creio que a maioria do nosso congresso seja feita de homens e mulheres guiados por princípios éticos dignos desse nome. O político brasileiro, em sua expressiva maioria, é orientado pelo oportunismo, pulo do gato, negócio sujo na esquina do partido. Vimos isso na história recente.

A emenda que trata da cláusula de barreira deve ser estudada com cuidado, de maneira a atingir unicamente o pilantra político e impedir que espertalhões continuem a criar siglas para arranjar dinheiro, cargos e patranhas. 
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Falta coragem - ou muito me engano ou o desembargador Cláudio Santos disse em sua entrevista à Intertv que falta coragem ao governador Robinson Faria no que diz respeito à segurança. Afirmou que o governador tem boa vontade, mas falta ação. E então falou em coragem, ou falta desta. Creio que a PM já perdeu a guerra com os bandidos. E nós estamos abandonados. 
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ZOORÓSCOPO
Os nascidos em sapo são pessoas que, pelas próprias dificuldades da vida aprendem a saltar obstáculos, mesmo sabendo que cairão na poça que está à frente. São moradores de favelas, arrabaldes, cortiços e vilas. As previsões para os sapianos são as piores: por lei, haverá choro e ranger de dentes. Por vinte anos. Ou você ainda não sabia?
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Imagem: http://www.satirinhas.com/2013/09/politicos-safados/



  

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