Com apenas
seis meses Temer já dirige um governo surrado
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As redes sociais repercutem a
demissão de Geddel Vieira Lima do cargo de ministro de Governo. Na verdade, ele
não se demitiu: ele fugiu. E deixa atrás de si um presidente canhestro. Um tipo
que, desde o início do seu, digamos, mandato, somente busca resolver problemas
de uma matilha de políticos envolvidos em acusações de corrupção. Ele próprio um
acusado.
Caviloso, dúbio, buscando agradar
a uma base aliada faminta por manter o país em seu estado natural de terra da
corrupção, Temer agora caiu na própria armadilha de palavras à meia luz: conversas
suas com o então ministro Marcelo Calero foram gravadas por aquele, dando conta
das pressões que o então ministro da Cultura sofreu para atender a Geddel.
Temer não agiu
como um estadista – seria exigir muito dele – mas sim como um alcoviteiro, um
chalaça dos seus parceiros, um político vulgar e batido.
Agora tudo foi relatado por Calero
à Polícia Federal que quer abrir inquérito para apurar se houve os crimes de concussão
e advocacia administrativa.
Concussão é o crime no qual funcionário
público se utiliza do cargo para a obtenção de vantagem pessoal. Já a prática
de advocacia administrativa refere o fato de servidor prevalecer-se do cargo
para obter vantagens para outro.
O inquilino do Palácio do Planalto e Geddel estão enovelados
nesse labirinto. A demora de Geddel em fugir, a ação de Temer que pensou em
acobertar um escândalo sem temer que esse fogo poderia voltar-se contra ele dão
a dimensão do quadro: uma classe política com as vísceras expostas, mas que não
se emenda nem percebe que os tempos estão mudados.
O procurador geral da República,
Rodrigo Janot, estuda a possibilidade de incluir o presidente e o ministro
Eliseu Padilha no pedido de inquérito apresentado ao Supremo Tribunal Federal.
Ao que parece, chegou a hora da
verdade acrescentando-se a isso o fato de que vem aí a delação do fim do mundo,
quando criminosos da empresa Norberto Odebrechet vão abrir as comportas e fazer
revelações que devem abalar os alicerces dos mais poderosos políticos – pelo menos
isso é o que se espera.
Com isso, Temer, que certamente
pensava em voar em céu de brigadeiro para aprovar seus intentos de retirar
direitos trabalhistas e previdenciários, terá, ao invés, tempestades dignas de
figurar em qualquer filme de tsunami.
Vamos ver como age o Supremo Tribunal
Federal. Agora, com relação ao governo Temer, pode-se dizer: em seis meses já é
um governo surrado.
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