Como filme de terror
Hospital Municipal deixa cadáveres
ao lado de crianças
Venho acompanhando as ações do Sindicato dos
Médicos do RN, cujas informações registram o descalabro da questão da saúde
pública no estado. O informe mais recente diz que no Hospital Municipal de
Natal cadáveres são colocados lado a lado com pacientes. Pior: os cadáveres são colocados ao lado de crianças.
Segue o informe enviado pelo sindicato.
Em visita de urgência ao setor de pediatria do
Hospital Municipal de Natal (HMN), inaugurado em
dezembro de 2015, o Sindicato dos Médicos do RN – Sinmed RN - constatou a
angústia dos profissionais em trabalhar sem remédios e sem estrutura para
atender os pacientes.
O retrato do hospital é este: superlotação nos
corredores. Atendimento de pacientes em sete horas. Falta de agulhas para
punção de crianças. Profissionais que trazem medicação de outros hospitais.
Pacientes que precisam comprar medicações por falta na unidade. Macas sendo
divididas por duas crianças.
Além destes graves problemas, o Sinmed RN ouviu
denúncia dos profissionais do plantão de que o setor de pediatria é usado como necrotério provisório e pacientes
que deveriam ficar em isolamento, ficam na enfermaria, com grande risco de
contaminação para todos.
Geraldo Ferreira, presidente do Sinmed, falou
sobre os problemas da alta demanda no hospital: “Poucos plantonistas para a
demanda. O médico tem que parar o atendimento da urgência para internar. E é
uma burocracia o internamento, demora e deixa o paciente aguardando no
consultório. Isso acaba repercutindo no médico que é quem está na linha de
frente”.
Profissionais de enfermagem também se encontram em
situação de desespero, uma vez que hoje falta 70% de insumos
no hospital. As enfermeiras relataram trabalhar sem corticoide na emergência
infantil, falta agulha adequada para as crianças há uma semana, e só tem um
termômetro para todo o hospital.
Está acontecendo no Hospital Municipal o que os
profissionais da saúde chamam de “remanejamento da verba SUS”: profissionais
trazem insumos e medicamentos de outros hospitais para suprir a carência do
HMN.
Os exames, devido a alta demanda, pois o
laboratório atende o setor clínico, pediatria e ortopedia do hospital, estão
demorando várias horas para serem entregues.
Durante a visita do sindicato, uma senhora com um
bebê de 08 meses, com febre e mancha no corpo, aguardou sete horas, das 10h às
17h, para atendimento, exame e retorno. Durante todo esse tempo a paciente
ficou sem se alimentar.
Devido a gravidade do problema, o Sinmed RN
encaminhou ofício para a Secretaria Municipal de Saúde, solicitando audiência
com Luiz Roberto e deve solicitar ao Ministério Público que também atue
judicialmente para garantir os direitos dos pacientes.
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